sábado, 29 de dezembro de 2007

Adeus Ano Velho?


Os anos passam. Esta aí uma verdade irrefutável? Não sei, as vezes penso que não.

Para mim é difícil deixar 1990, quando tinha 15 anos e fui estudar no Sigma. Aquele foi o ano em que meu horizonte se expandiu para além da Asa Norte, a Asa Sul entrou na minha vida e com ela muitos amigos. Como esquecer as idas à escola, às 6h30 da manhã, na companhia do meu compadre Leo e do meu pai no possante "Sansão"; e as voltas de corona com o Bruce Guedes? Não, 1990 não passou, continua.

Também não disse adeus à 1994, ano em que entrei na UnB. Aí que maravilha! Quanta novidade! A UnB me apresentou a um monte de estórias. Lá aprendi com livros e com as pessoas. Foi em 1994 que conheci "os putos". É verdade que ainda não éramos "Os Putos", mas foi em 94 que nossa estória começou.

Hoje, acordo todos os dias no futuro graças ao ano de 2000. Ano em que não houve o bug do milênio graças à intervenção da Galera no Reveillon de Pirenópolis. Não, 2000 não acabou, ele se prolonga em todas as reuniões da Galera, e podem acreditar a Galera sempre se reúne.

E 2000 também se prolonga e se funde em 2001 na companhia e no sorriso da Dani. E o que falar de 2002, que se eterniza no desenvolvimento do Mateus? Não minha gente, 2000, 2001 e 2002 ainda não passaram, continuam.

É isso. Os anos se perpetuam a medida em que repercutimos as coisas boas e abandonamos as coisas ruins.

Felizes 1990, 1994, 2000, 2001, 2002, 2007 e 2008!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Paul is dead


Fiquei sabendo que Paul Warfield Tibbets Jr morreu nesta quinta-feira aos 92 anos em sua casa no Estado norte-americano de Ohio.
E aí você me pergunta: Quem é Paul?
E aí eu respondo Paul Warfield Tibbets Jr era piloto da Força Aérea Americana durante a 2ª Guerra Mundial. Seu avião era um bombardeiro B-29, batizado por ele mesmo de Enola Gay em homenagem a sua mãe. No dia 6 de agosto de 1945, Paul Jr atacou a cidade de Hiroshima no Japão. O ataque provocou mais de 38 mil mortes e Paul se transformou no primeiro homem a lançar uma bomba nuclear sobre uma alvo de guerra.
Existem muitas formas de entrar pra história. Algumas são lastimáveis.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Esse é o cara!


Diz o próprio Romário que o Papai do Céu olhou para baixo na terra, apontou para o ele e disse: "esse é o cara". A citação não é literal, mas evidencia claramente a personalidade do baixinho marrento.

Ontem fiquei sabendo que Romário será o técnico interino do Vasco na partida contra o América do México. A propósito, houve uma reportagem sobre as brigas e crises suscitadas pelo "baixinho" com os vários técnicos que já o comandaram (comandar, fique claro, é forma de dizer). Na reportagem foi repassada outra celebre frase do artilheiro dirigida ao então técnico do Fluminense: "pô, o cara mal entrou no ônibus, não está nem de pé e já quer sentar na janelinha". Pois é, será que o Romário um dia vai enfrentar um jogador a la Romário para tirá-lo da janelinha? Difícil. O certo mesmo é que depois do milésimo gol, Romário marcará novamente seu nome na história do futebol sendo o primeiro técnico a se escalar para um jogo. Esse é o cara!!!


PS.: Será que um dia o Romário vai dirigir a seleção? Dúvido, mas que ia ser interessante, ahhh isso ia!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Festa Junina em Outubro?


"Rapaz, para tirar o coco, não basta balançar o pé que ele não cai. Quem quiser, vai ter que subir no pé e retirar o coco com as próprias mãos." Esta magnífica franse foi dita pelo apegado presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, ao reafirmar que não deixará o cargo de presidente do Senado.

Dizendo frases assim, Renan vem se mantendo no cargo, contrariando todas as apostas. Resta saber se vai resistir até o final do mês.

Dizem que já tem gente, nos palácios de Brasília, recitando o forrozeiro Messias Holanda:

Eu quero me trepar num pé de coco
Eu quero me trepar pra tirar coco
Depois eu quero quebrar o coco
Pra saber se o coco é oco
Pra saber se o coco é oco...
(Messias Holanda)

PS.: Subiram!!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Tem uma festa legal, a gente quer se divertir...


Botei pilha na esposa e ela topou ir à festa “A Volta aos Anos 80” com o propósito de reviver por algumas horas um pouco daquele longicuo tempo. Idéia, provavelmente, compartilhada pelas tantas mil pessoas que lotaram o salão da AABB.

“A vida até parece uma festa
Em certas horas isso é o que nos resta
Não se esquece o preço que ela cobra
Em certas horas isso é que nos sobra,”

A primeira providência tomada foi comprar uma camiseta para um revival das minhas vestimentas de então. A intenção era comprar algo ícone dos anos 80... camisa da Company ou da Pakalolo, mas não deu e o jeito foi improvisar. Lógicamente a camisa tinha ter algo branco para dar aquele realce quando ficasse perto da luz negra. Camisa de botão, nem pensar!!!! Assim foi feito.
"Você parece preocupado, anda meio angustiado
Esqueça tudo isso e tente relaxar
Afrouxe essa gravata, senão você se mata
E a vida é muito curta pra desperdiçar."

Como a noite de sábado é noite “sem babá”, o jeito foi deixar filho na casa da cunhada. Idéia que ele adorou, afinal na casa da Tia a regra é não ter muita regra e o videogame rola solto até altas horas. O problema mesmo foi chegar e sair do Lago Sul, uma vez que dois acidentes de trânsito fecharam à Ponte JK e a Ponte Costa e Silva. Conclusão o Lago Sul, em termos de acesso, voltou no tempo, não para a década de 80, mas para algum momento entre as décadas de 60 e 70.

"Um dia me pai chegou em casa, nos idos de 63
E da porta ele gritou orgulhoso,
Eu vou ser o maior,
comprei um Simca Chambord"


Entregue o menino, chega a hora de ir à festa. Assim mesmo, direto e reto, sem esquentes ou concentrações. Algo muito pouco provável na outrora época de constantes baladas. A pista de acesso ao clube estava uma confusão, mas por causa de providencial errada de caminho acabei indo pelo contrafluxo do trânsito e estacionei fácil em um lugar mais ou menos perto.

“Eu me perdi na selva de pedra
Eu me perdi, eu me perdi.”


Entrada tranquila, alguns cambistas, um monte de gente dando um tempo em frente ao portão para beber umas e outras antes de entrar na festa e enfrentar os preços abusivos decorrrentes do mercado monopolizado de dentro do clube. Quase nenhuma fila e uma revista do segurança, bem discreta. Não sei se foi a idade ou a falta de cabelos, mas me lembro que antes as revistas dos segunranças, pelo menos em mim, eram bem mais ostensivas. Vai ver eu tenha adquirido a cara de quem não oferece perigo a ninguém. Coisa da idade.

"Eu não tenho mais a cara que eu tinha,
No espelho essa cara náo é minha.
Mas é que quando eu me toquei, achei tão estranho,
A minha barba estava desse tamanho."


Dentro do clube o script previsto. Hits de Michael Jackon – ainda negro – Madona, A-HA, George Michael; clipes musicais de uma era pré-MTV e videos de velhos seriados do passado convidavam a um retorno ao tempo da Zoom no Gilberto. Uma escada próxima aos banheiros levava o vijante do tempo a um daqueles antigos shows de garagem, com uma banda anônima, com escassos recursos técnicos tocanto rock dos anos 80. Não sei se de propósito ou se por falta de talento mesmo, os caras eram típicamente anos 80, isto é, meio tosco.

"Tudo errado mas tudo bem
Tudo quase sempre como eu sempre quis"


Como não podia faltar rolou música lenta. Dancei e bejei e depois paguei um guaraná... estamos namorando – há 7 anos. O maior barato é que se de fato isto tivesse ocorrido na década de 80, eu seria Eduardo e ela seria Mônica. Fico pensando em quantas vezes cantei, cantarolei e toquei essa mesma música sem nunca perceber seu recado profético. A gente tem que ficar mais atento aos profetas do rock nacional.

"Ela falava coisas sobre o planalto central, também
magia e meditação
E o Eduardo ainda estava no esquema
escola-cinema-clube-televisão"

Depois de uma breve aparição do Fofão, ele mesmo, aquele “extraterrestre, amigo da Simoni que viajavam em um balão mágico, em uma clara apologia ao uso de narcóticos, foi anunciado o Show da Peble Rude. Foi muito legal, fiquei bem na frente, pertinho de onde quase rolou uma briga – tipicamente anos 80!!! O som estava altíssimo e distorcido. Fazia pelo menos uma década que não amanhecia com aquele zumbido nos ouvidos. Como será que minha audição conseguiu sobreviver à minha adolescência?

A festa foi encaminhando para seu final, pelo menos para mim, mas uma coisa me deixou bastante intrigado. Tirando minha mulher e uma amiga que me vendeu os ingressos, no meio de tantas mil pessoas eu não conseguia reconhecer nenhum outro rosto. Caramba, cadê as pessoas que eu conhecia? Estariam em casa velando seus filhos? Teriam ido ao show do Belo? Teriam mudado de cidade? Meus amigos, onde estão?

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era p'rá sempre
Sem saber, que o p'rá sempre sempre acaba?"


Fim de festa. Na Zoom eu bebia Fanta de máquina, uhhhhh! Resolvi terminar por aí a viagem no tempo e não arriscar. Bebi água. Saindo notei no ouvido um zumbido contínuo, nos pés ums mistura de dor, água, cerveja e poeira tudo igual ao passado... mas a viagem acabou por aí, ao lado a namorada ia dormir comigo em casa, na mesma cama, sem meus pais se incomodarem, meu pai não veio de Fiat 147 me buscar, ninguém veio me buscar, era eu mesmo que ia dirigindo para casa...

"Essa vida é jogo rápido para mim ou prá você
Mais um ano que se passa e eu não sei o que fazer
Juventude se abraça, se une pra esquecer
Um feliz aniversário para mim ou pra você!"

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Manutenção


A minha casa clama por manutenção. Nos últimos meses foram técnicos para consertar geladeira, fogão, forno de microondas, exaustor, triturador ...

Hoje foi o dia da máquina de lavar roupas. O técnico cobrou os olhos da cara pelo serviço de mão de obra.

- É coisa de especialista, doutor. Não dá para confiar o trabalho de qualquer um.

O tal serviço especializado consistia em identificar e solucionar um problema de vazamento. Coisa que aparentemente não parece assim tão exigente. Trabalho feito e aí surgiu a mágia do trabalho técnico especializado. Na sequência do trabalho o nosso especialista deixou registrado na nota de serviço que o motor e a parte mecânica estão em observação devido ao fato de "estarem começando a fazer barulhos" . Termologia bastante técnica.

Pressinto o retorno eminente do especialista ao meu lar, afinal, não dá para confiar o trabalho de qualquer um.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Será que isso é marketing automotivo?


A Câmara de Vereadores de Cascavel acaba de aprovar uma lei vedando a afixação de panfletos e quaisquer materiais publicitários impressos nos pára-brisas dos veículos estacionados em ruas e avenidas da cidade. Não sei quais são as sanções aos que desreispeitarem a lei ou mesmo se ela vai "pegar", mas apoio a idéia e gostaria muito de vê-la aplicada aqui em Brasília.

Posso estar errado, e me corrijam caso esteja, mas reparando a quantidade de pafletos jogados nos estacioamentos em que frequento parece que este tipo de propagranda não dá muito retorno para o anunciante. Será por que? Será porque preencher pára-brisas, maçanetas e quaisquer outros orifícios e reentranças de um automóvel com panfletos produz algum mórbido interesse em consumir qualquer tipo de produto que não seja um removedor para manchas em vidros ou um porrete para retribuir ao distribuidor dos famigerados panfletos o favor de ter empinado seu limpador de pára-brisas? Ou quem sabe haverá algum estudo na área de marketing que verifique qualquer tipo de retorno positivo a uma marca/produto quando um consumidor nota que a visibilidade do vidro traseiro está prejudicada porque ao ligar o limpador involuntariamente ele espalhou pedaços de panfletos por toda a superfície do vidro?

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

The American Dream


Está em discussão no Congresso estadunidense proposta de lei de autoria do senador Richard Durbin (Dem-llinois) que permitiria aos imigrantes ilegais, que cursam o segundo grau, obter status legal permanente caso fizessem dois anos de faculdade ou servissem com mérito as forças armadas durante pelo menos dois anos.

A idéia não é nova. Já na Roma Antiga estrangeiros eram alistados nas Legiões antes de tornarem-se membros da sociedade. A França ainda mantém a sua Legião Estrangeira em operação. Defensores da proposta argumentam que os imigrantes referidos pelo projeto cresceram nos Estados Unidos, estão socializadas como norte-americanas, têm sua educação paga por impostos americanos e no momento em que elas estão prontas para se tornarem membros produtivos são deportadas; o que não faz o menor sentido.

Pelo visto, o projeto da lei, já conhecido como "Dream Act" poderia ser chamado na verdade de “Dream Bill Act". Seria o preço de viver o american way of life. Por enquanto, a proposta visa apenas os imigrantes ilegais com nível médio, mas pelo andar da carruagem, com o Império se envolvendo cada vez mais em conflitos pelo mundo afora, nada impede que esse alcance seja estendido a outras classes de imigrantes ilegais. Creio que para muitos, que já vivem em guerra cotidiana contra a fome e a miséria é um preço até que razoável. E você, quer pagar quanto?

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Aí também já é demais!


Saiu na Folha - muito embora nem tudo que saia na Folha mereça crédito - que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o país acredita na sua inocência. Segundo o noticiário, o senador teria afirmado, ontem, depois do término da sessão do Congresso: "Como é que se tira um presidente do Senado que é inocente? Essa é a pergunta que hoje o Brasil se faz".

Se Renan está certo eu não sei, mas gostaria de saber. E se estiver?" Se estiver, perdoem-me, FUDEU!


Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição,
Mas todos acreditam no futuro da nação.
(Que país é esse. - Renato Russo)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

As voltas que o mundo dá...


Li hoje uma matéria interessantíssima do Der Spiegel sobre um êxodo de artistas americanos em direção à Berlim. Antes que alguém se admire com um suposto domínio da língua de Goethe, esclareço que li uma tradução para o português.

A matéria relata o caso de um artista chamado David Krepfle que se mudou de Nova York para Berlim por uma combinação de fatores, que inclui a alta dos aluguéis, a diminuição das oportunidades, uma sensação crescente que o momento em que a Big Apple foi central para o mundo das artes passou do apogeu e, principalmente, uma percepção que o ambiente intelectual de Berlim é "realmente aberto" enquanto que o nova iorquino está sufocado por uma política reacionária da direita que, para muitos artista progressistas os fez sentirem-se cada vez menos bem vindos em seu próprio país.

A escolha de Berlim, aparentemente, nada tem a ver com um amor pela Alemanha, mas, como já dito, por uma série de boas condições para a livre expressão artística desde as econômicas, como e o caso dos preços dos aluguéis, até as de carácter político, como a possibilidade de ter liberdade de se opor ou questionar sem ser tachado de simpatizante do Eixo do Mal. E pensar que em meados do século XX o fluxo era exatamente o inverso: Berlim vivia sob o totalitarismo nazista e os EUA ainda era a Meca da liberdade, refúgio de artistas, intelectuais e cientistas europeus, que fugiam da perseguição e da guerra.

Eh meus caros, o mundo é realmente redondo dá voltas e tudo mais, mas segue caminhos tortuosos. E é aí que se dão os dramas e as comédias da vida.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Mistérios da Paternidade


Por que será que as crianças são capazes de acordar super dispostas às 6:30 nos domingos e feriados e incapazes de fazer o mesmo nas segundas-feiras?

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Pedro de Lara é coisa nossa!


Era cantando que Silvio Santos apresenta seus jurados no programa "Show de Calouros". E lá estava Pedro de Lara junto com Elke Maravilha, Araci de Almeida, Flor, Sérgio Malandro, Décio Piccinini entre outros.
O programa era tosco, mas divertidíssimo. Era um tempo sem "politicamente correto" que dava espaço para tipos como o permanbucano turrão que carregava flores . Além de ser jurado, Pedro também fez o palhaço Salsi-Fufu na turma do Bozó. Para variar, era o estressado da turma, que sempre brigava com o Vovô Papudo!

Hoje, Pedro de Lara morreu, aos 82 anos, no Rio. Fica aqui registrado minha homenagem!
Pedro de Lara. La-la-la-la-la-la!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

"Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca."


Acabo de saber que o senador Renan Calheiros foi absolvido pelo plenário do Senado Federal da acusação de ter usado um lobista para pagar contas pessoais. Por 40 votos pela absolvição, 35 pela cassação e 6 abstenções, Renan continuará com o seu mandato.

Os favoráveis à cassação dirão que as 6 abstenções poderiam ter mudado o resultado. Já os contrários poderão dizer que elas poderiam ter ratificado o resultado obtido e ressaltado a opinião do plenário. O certo é que os seis senadores não se pronunciaram e com isso deixaram para os demais a decisão.

O dicionário Houaiss, em sua versão on-line, define abstenção como "ato ou efeito de abster(-se); privação. (1) recusa voluntária de membro de assembléia de intervir, como participante, em discussão, deliberação, decisão etc. (2 ) Rubrica: termo jurídico. repúdio, declaração de que não se quer alguma coisa (3) Rubrica: política. renúncia do eleitor ao direito e dever de votar.

Imagino as razões para abstenção de tantos senadores. Afinal de contas foram apenas uns 120 dias de debate sobre o tema. Algo como umas 2.880 horas para que os senadores meditassem, refletissem e formassem uma opinião a respeito das acusações feitas ao Presidente do Senado. Mas não, 6 senadores prefiriram ficar em cima do muro. Pena não sabermos quem são. Pena maior, serem esses mesmo senadores frutos de eleições com voto obrigatório. Quem sabe se o voto em nossa democracia não fosse uma obrigação, o resultado desta sessão seria outro. Talvez.

De resto, para quem tiver estomago a pizza está servida.

Obs.: o título deste post é retirado da Biblía. Apocalipse, 3:16

Agente secreto, sessão secreta


Manda a Constituição que seja secreto o voto para cassar ou absolver senador ou deputado. Mas é o Regimento Interno do Senado Federal que manda que a sessão também seja secreta. Na Câmara dos Deputados, ela é pública.

O senador Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, proibiu que seus pares usem gravadores, lap-tops e celulares durante a sessão de hoje que decidirá o futuro do mandato do senador e presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL). Além disso, foi tomado o cuidado para que o sistema de som do plenário seja também desligado, fazendo com que os senadores se lembrem dos tempos do senado romano e se virem no gogó. Com esta medidas, pretende-se fazer cumprir o Regimento Interno e evitar o vazamento de informações sobre a votação, como já ocorrido no caso do ex-senador Luiz Estevão.

O senador Cristovam declarou que irá desobedecer esta determinação e manterá o celular ligado durante a sessão. Tal como um agente secreto, o senador pretende informar o andamento da sessão no calor dos acontecimentos. Será um tipo de agente secreto, infiltrado na sessão secreta repassando aos mocinhos (isto é, nós) os passos dos bandidos (isto é, eles). Posso até imaginar a trilha sonora de "Missão Impossível" ao fundo, o que não consigo é imaginar Tom Cruise no papel de Cristovam, em uma hipotética versão cinematográfica.

Quanto a possibilidade de ser cassado por quebra de decoro, Cristovam declarou que "nesse caso eu sequer me defenderei. E espero ser julgado em sessão aberta".

Mantendo a sua palavra, Cristovam reconquistará, pelo menos, o meu voto. Se é que isto vale alguma coisa.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Efeito memória...


Dizem que as férias servem para realimentar as baterias para mais uma jornada de trabalho. E deveria ser isso mesmo; você descansa, relaxa e se restabelece para o dia-a-dia de trabalho e outras obrigações cotidiana. Bem, se for assim creio que minhas baterias estão com efeito memória.

Como pode ser possível já estar cansado apenas dois dias depois de voltar ao trabalho?!? E olha que se for verificar direitinho, nestes dois dias só foi a atualização do ocorrido durante as últimas duas semanas. Algo como um update do sistema.

Lembro-me com saudades daqueles três meses de férias escolares. Dava até saudade da escola. Por ora, a única coisa que tenho saudades é da Espanha. Pelo visto o jeito é trocar as baterias por um gerador.

domingo, 9 de setembro de 2007

De volta...


Voltando de viagem aos poucos vou tomando pé das movidades ocorridas no Brasil durante minha ausência. É impressionante quantas coisas ocorrem em um período tão curto. Soube, por exemplo, que o Presidente Lula fechou o Programa Primeiro Emprego. Aparentemente, o governo se convenceu que o problema não era falta de incentivo às empresas e sim a falta de qualificação dos jovens.

Bem, é muito bom quando alguém reconhece que errou e tenta consertar. Lembro-me que ainda na campanha eleitoral, em setembro passado, o mesmo Programa era exaltado como se fosse algo novo e revolucionário. Um ano depois está aí, enterrado! Quem será que fez uma avaliação tão contunde, em tempo tão curto, capaz de alterar a percepção do Governo sobre algo que ele pensava ser tão bom? Estranho, né? Quanto dinheiro foi gasto, principalmente em propaganda institucional, nesse tempo todo?

Mas o pior pode ainda estar por vir. Os jornais afirmam que o Presidente pretende aumentar a área de atuação do bolsa-família, procurando incluir esses jovens. Assim, o Governo Federal desistiu de gerar emprego e vai só dar dinheiro, sem contrapartida, sem exigir que se qualifiquem, tornando-os dependente do governo de ocasião. Preocupante, não?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Viva as pernas que me movimentam.


Como não gostar de viajar? Como não gostar de se perder e depois se achar e, de repente, descobrir-se em frente a algo estranho e intrigante? Como ficar indiferente perante o que é diferente? Viajar para mim é descobrir potenciais. É verificar in loco que o mundo é muito mais que a nossa casa, que a nossa cidade, que o nosso mundinho! E sabe o que é melhor? Saber que as fotos da "última viagem" na verdade não são as fotos da última, mas somente as da mais recente.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Saída pela esquerda!


Quem acompanha este blog certamente notou que nas últimas semanas, o ritmo de trabalho foi tão intenso que as postagens ficaram rarefeitas. Pois é, trabalho é isso: às vezes é bom, às vezes é ruim, mas em todos os casos, consome uma quantidade enorme de tempo e acabamos deixando para depois outros prazeres da vida.

Bem meus amigos, para mim esse "depois" chegou. Entro hoje de férias. Joguei fora um monte de papel velho, despachei à outros tarefas úteis e inúteis que estavam sob minha incumbência a algum tempo, habilitei aquela resposta automática de ausência temporária no meu e-mail, e me preparo para apagar as luzes. Vou à Espanha! Atravessarei o Atlântico para conhecer terras alheias e ver com o olhar de um estranho a vida da gente que vive por lá. Será bom? Será ruim? O tempo dirá.

Un saludo a todos y hasta luego.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Diga Xis!


Se tem uma coisa que eu invejo é o sorriso do Jack Nicholson. Quando vejo a expressão do rosto de Jack ao sorrir algo me diz que ele está experimentando uma satisfação interior incompreensível ao demais. É algo impagável, algo de satisfação incontestável, ou como afirma minha mulher: é a expressão do gozo interno. Conseguir ter a mesma expressão de Jack Nicholson ao sorrir é o meu sonho de consumo.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Faça um desejo!!


Pense em uma pessoa feliz! Pense em uma pessoa impossível. Pense em uma pessoa que consegue arrancar uma gargalha até de um sentinela da Guarda Real Inglesa em frente ao Palácio de Buckham! Pois é, essa é a Dreyd.
Domingo foi o aniversário dela.
Prima, faça um pedido e click na velinha! Parabéns!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Como assim, hoje ainda é segunda-feira?



Dizem que a preguiça é a mãe de todos os vícios. Pode ser, mas mãe é mãe e a gente tem que respeitá-la.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Chefe, já saiu o novo Ford Fiesta!


Ontem fiquei no trabalho até às 22:30, sem direito à almoço. Hoje cheguei no trabalho às 9:00 e já tinha gente louca me procurando. Passei na sala do chefe, fiz um relatório sucinto e objetivo sobre a reunião da noite anterior. Ressaltei os pontos importantes e alertei-o sobre as possivéis repercussões daquilo discutido.

Depois de ouvir tudo atentamente, ele olha para mim e conclui: prepare-se, talvez tenhamos que trabalhar neste fim-de-semana.

Então respondi: Sinto muito, mas eu não posso trabalhar no fim-de-semana. O que pudermos adiantar hoje, será feito, mas no fim-de-semana não posso.

Meu chefe, então, virou-se para mim e disse: tudo bem.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Eu adoro os improvisos do Lula!


Se tem uma coisa que eu adoro neste governo são os discursos de improviso do Lula. Nada alegra mais o meu dia do que ouvir nosso Presidente se deixando trair por seus próprios pensamentos. Ontem, a posse do novo Ministro da Defesa foi um desses momentos de júbilo. Vejamos porque:

"Os que estão comigo há muito tempo sabem que a gente vai criando instituições, instituições, e chega o momento em que vemos que temos muitas instituições.
" - Uau! Depois de criar 37 ministérios!

"Certamente haverá aqueles que dirão que Waldir saiu por causa da crise aérea e do acidente do avião da TAM." - Não foi não?!? Terá sido depressão pela morte do ACM?!?


"
Não existe país no mundo que seja respeitado sem ter as Forças Armadas equipadas para defender seus interesses." - Suíça?

"O presidente da República, no momento em que tira um ministro e põe outro, é como um pai que se despede de um filho na porta e recebe outro
." - Que lindo! Mas é isso mesmo?!? Sei que já tivemos um presidente que era "O Pai dos Pobres", mas um que é "O Pai dos Ministros", nunca na história da República. Bem, se for assim, eita homem de família grande!!! (37 filhos)

"Uma vez eu perguntei: E se o Paraguai declarar guerra ao Brasil? Teremos ou não dinheiro para a guerra? Teremos, sim." - Te mete Paraguai!!!

terça-feira, 24 de julho de 2007

Melhor que Harry Potter?


O falecido senador, Antônio Carlos Magalhães, confiou ao escritor Fernando Morais a tarefa de escrever sua densa e espetacular biografia. Se ele abriu seus segredos, sem restrições, teremos uma leitura muito mais reveladora do que a do 7º livro de Harry Potter.

Perguntar não ofende.


1. Por que será que o envio de um transformador ou coisa parecida aos Estados Unidos como se fora uma das caixas pretas do avião da TAM, ainda acompanhado de “especialista”, foi um vexame pouco explorado pela mídia?

2. O que dois deputados da CPI do Apagão Aéreo da Câmara (Efraim Filho (DEM-PB) e Marco Maia (PT-RS)) estão fazendo nos EUA se nem acesso ao Conselho Nacional de Segurança dos Transportes, a NTSB, eles têm?

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Ema, ema, ema... cada um com o seu problema!


O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, assistiu no Palácio do Planalto à reportagem do "Jornal Nacional" que levantou a possibilidade de problemas mecânicos no avião da TAM que se acidentou em São Paulo. Ao final da reportagem, Marco Aurélio, que estava acompanhado do assessor de imprensa Bruno Gaspar, reagiu ao conteúdo da reportagem com o gesto de bater uma mão fechada sobre a outra aberta.


As imagens foram veiculadas pelo Jornal da Globo. Mais tarde, Garcia acusou a Globo de gravar as imagens de maneira "clandestina" e disse que seu gesto foi de "indignação" contra quem culpou o governo Lula pelo acidente.

Vamos aos comentários.

Primeiramente, Oscar Niemeyer, ao planejar as imensas janelas do Planalto, sabia muito bem que a transparência do governo é fundamental em todos os sentido. Graças ao arquiteto podemos ver melhor o que passa por dentro dos Palácios do Governo. O Iphan deveria proibir o governo de colocar cortinas nas janelas do Planalto.

Segundo, é inegável que esse governo tem um viés autoritário em relação à atividade da imprensa. Imagens captadas de forma “clandestina”!!! Hahaha! Conta outra.

Terceiro, sobre se a culpa é ou não é do governo, transcrevo a declaração do Presidente Lula: “Não importa discutir causas. A responsabilidade pela solução dos problemas é do governo, e disso não podemos fugir.” Ora bolas, faz 10 meses que o problema aéreo se apresenta de forma cotidiana ao governo e à nação. Se nada foi feito até agora, restam duas alternativas: conivência ou incompetência.

Por fim, os gestos obscenos do assessor especial de Lula e de seu auxiliar mostram uma faceta humana da vida privada horrorosa, mas muito real: o alívio por se livrar da culpa por algo ocorrido. Contudo, o que é permitido ao homem em sua vida privada nem sempre o é para o de vida pública. Caso o senhor Marco Aurélio queira saber mais sobre o assunto, aconselho a ler Maquiavel e Max Weber. Bibliografia indispensável para alguém se que coloca na posição de assessor especial de um Chefe de Estado.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

É hora.


Menos 10 meses separam os dois maiores acidentes da história da aviação brasileira, o vôo 1907 da Gol e o 3054 da TAM. É um tempo muito curto para tanto sofrimento e preocupação. O momento é de consternação, solidariedade com as famílias e muitas orações. As equipes técnicas que investigam as causas do acidente devem trabalhar em profundidade para que as sua conclusões subsidiem com seriedade e imparcialidade as medidas necessárias que impeçam outras tragédias.

Passado este momento, será a hora de assumirmos que alguma coisa esta errada na aviação brasileira. Não quero aqui promover uma caça às bruxas, mas é preciso atribuir a cada um o ônus de sua responsabilidade. A nossa, cidadãos brasileiros, é a de cobrarmos por soluções. Não podemos admitir mais 10 meses sem respostas conclusivas sobre o que está errado e que se deve fazer para corrigir estes erros. É nossa resposanbilidade não permitir mais 10 meses de um jogo de empurra sem fim, onde no final nos é dito para relaxar e gozar.

Que o nosso luto de hoje seja a partir de amanhã a conjugação do verbo lutar em primeira pessoa do indicativo.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Algo de Pessoa.

Se estou só, quero não estar

Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.

Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.

A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.

(Fernando Pessoa, 1931)

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Uhh?!?

Sabe aquela estranha sensação de que algo está rolando e você não faz a mínima idéia do que seja? Aquele incomodo que se transforma em pulga atrás da orelha? E quando as pessoas olham para você com aquele jeito de que estão esperando uma posição, uma declaração ou uma orientação à respeito? Pois é, a vida é cheia de mistérios e aceitá-los faz parte.

terça-feira, 10 de julho de 2007

A conduta do legislador.


A vida é feita de dilemas morais. Desta verdade não escapo.

Nos últimos dias meu filho está se comportando mal. Agressivo, respondão etc. Nada que seja fora das rotinas infantis, mas é um comportamento que deve ser sinalizado como inadequado para que não seja banalizado. Como uma das formas de repreenda foram suspensas as idas ao cinema. Ainda não assistimos Shrek Terceiro e tampouco Ratatouille. Qual o problema? O problema é que eu estou louco para assistir esses filmes e o dito cujo não melhora o comportamento. E com o preço dos ingressos, não posso me dar ao luxo de ir duas vezes ao cinema. Se o rapazinho não melhorar o comportamento já penso em sugerir uma medida sócio-educativa como alternativa à suspensão do cinema.

Que vergonha, legislo em causa própria!!!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

A vida é mais teatral do que a arte!


Assisto pela TV, ao vivo, a leitura da carta-renúncia do ex-senador Joaquim Roriz. Quem a lê é o senador Mão-Santa. Nada mais representativo de nossa República. Simplesmente fantástico!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

May the force be with you.


Não é fácil criar filhos. Transferir aos rebentos os nossos mais altos valores exige dedicação, insistência e coerência. Nunca é cedo demais para começar e talvez nunca consigamos convencê-los de que temos razão. Mas é nosso dever resistir e persistir.

domingo, 17 de junho de 2007

Quando a prenda não importa.

O mês de Junho é tempo de festas juninas. Escolas, clubes, associações, igrejas, quadras e famílias organizam centenas de festas de arraiais, Brasil afora. Algumas buscam inovar, mas por mais que tente não há muitas maneiras de fugir do trio música, comida e jogos.

Jogos são o grande atrativo para os pequenos, que se dispõem a enfrentar, por vezes, longas filas para jogar argolas em pinos coloridos, atirar bolas na boca de uma boneca afro-brasileira supostamente vítima de algum distúrbio mental (veja bem o esforço para ser politicamente correto), fisgar peixes de papel parcialmente enterrados em bancos de areia. E cabe a nós, pais e mães, acompanhá-los, incentivá-los e independente de se solicitados dar algumas preciosas dicas de como focar em boas prendas.

Ah, obviamente existem as prendas, estímulos eficientes para atrair a meninada: bolas, bonecas, carrinhos e toda sorte de objetos que dificilmente resistem ao tranco infantil até as férias de Julho, mas que viram objeto de fetiche durante as tais festas juninas. Como não desejar conquistar a melhor prenda e levá-la para casa?

Ontem fui com meu filho em uma dessas festas. Por motivos familiares somente chegamos no arraial faltando poucas horas para o término. Assim sendo, quase todas as prendas já tinham sido conquistadas. Foi aí que fui surpreendido com o comportamento de algumas crianças, incluindo aí meu filho. Ao invés da reclamação habitual ou do estreito bico de insatisfação, muitas crianças se concentraram na frente das barraquinhas de jogos dispostos a testar sua perícia apenas pelo prazer de acertar argolas em pinos coloridos, atirar bolas na boca da boneca afro-brasileira supostamente vítima de algum distúrbio mental e fisgar peixes de papel parcialmente enterrados em bancos de areia. Sem a pretensão de ganhar nada em troca, a não ser a satisfação de jogar, de participar, de se divertir.

Como já não havia prendas, não estava sendo cobrado nenhum tostão para participar e também não havia mais ninguém a controlar a fila ou organizar tempo e alternância das crianças. Que confusão, você poderia estar pensando. Mas não foi nada disso. As próprias crianças e alguns pais organizavam minimamente as brincadeiras e não vi nada que desabonasse aquela voluntariosa capacidade organizativa.

Afinal de contas, as crianças ontem me fizeram lembrar que as prendas não fazem tanta diferença assim. Não seria interessante uma festa junina no Congresso Nacional com essas crianças?

PS.: A imagem deste post é uma repordução da obra de Alfredo Volpi

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Turismo sexual?


Hoje pela manhã, no lançamento do Plano Nacional de Turismo 2007-2010, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, sugeriu aos cidadãos, que relaxem e gozem ao enfrentarem filas nos aeroportos antes de embarcarem em viagens de férias.

Se vocês querem saber minha opinião - e tudo indica que quem lê esse blog quer - a fala da Ministra de Estado do Turismo não me choca. Na verdade sinto-me aliviado pelo fato da ex-prefeita de São Paulo não ter sido nomeada Ministra de Estado da Educação, como era sua pretensão. Imaginem as consequências de uma recomendação como essa aos pais de alunos das escolas públicas brasileiras.

O duro vai ser gozar naqueles bancos duros de aeroportos. Bem que o Ministério do Turismo, em prol da perseguição do gozo pré-viagem, poderia providenciar assentos mais confortáveis.

sábado, 9 de junho de 2007

¡Qué Pasa!


Quando assisti pela primeira vez ao filme The Doors, fiquei impressionado com a interpretação de Val Kilmer. O ator parecia ter incorporado o espírito do Jim Morrison. Algo quase assustador. Algum tempo depois, li num desses tablóides de Los Angeles que durante algum tempo depois de encerrada as filmagens o personagem se recusava a abandonar o ator. Algo do tipo “Dr. Jekyll and Mr. Hyde”. O que é muito mais assustador!

Temo que Lionel Messi está para Diego Maratona assim como Val Kilmer está para Jim Morrison. Depois de marcar um gol de placa contra o Getafe, o jovem argentino fez um gol de mão neste sábado, contra o Espanyol. Enquanto esperamos o próximo ato resta a pergunta: será que o mundo agüenta um politeísmo argentino? Eu não.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Conhecimento não é a base de tudo.


Não sei se a estória é verdadeira, mas é muito boa e vou contar assim mesmo.
Em um curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:

- Quantos rins nós temos?
- Quatro! Responde o aluno.

- Quatro? Replica o professor, arrogante, daqueles que se comprazem em tripudiar sobre os erros dos alunos.
Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala - ordena o professor a seu auxiliar.
- E para mim um cafezinho! Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.

O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o "Barão de Itararé". Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
- O senhor me perguntou quantos rins "nós temos". "Nós" temos quatro: dois meus e dois seus. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.

A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Simbolismo


Ao fazer seu pronunciamento de resposta às acusações publicadas na Revista Veja, Renan Calheiros, senador tico-tico no fubá, o fez sentado na cadeira da Presidência do Senado Federal. E o que isso tem de importante? Tudo, meus amigos, tudo! Ao fazê-lo, o alagoano jogou pesado, utilizando de sua posição institucional para defender a causa própria. Poderia ter feito da tribuna, lugar comum a todos os senadores, não o fez. Da posição de Presidente da Casa, colocou a Instituição na fileira de sua defesa pessoal e os senadores como seus fiadores. Ao meu ver, errou, colocando a Instituição a qual deveria preservar na linha de fogo.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Personal Trainner


Descobri que Deus quer que eu corra. Não Ele não quer que eu seja um recordista mundial, nem tampouco quer minha profissionalização. Não, infelizmente Ele também não quer que eu assine um contrato milionário com a Nike. Mas definitivamente Ele quer que eu treine aos domingos, e ontem deixou isso muito claro.

Quem conhece Brasília, sabe que estamos começando a viver meses difíceis para a pratica de atividade física. As manhãs são fria, as tardes quentes e a umidade do ar costuma ficar abaixo dos 30%. Para quem tem liberdade de escolha, os melhores horários para correr são algo entre às 7h e 9h30 e depois das 16h. O problema é quem nem todo mundo pode escolher a melhor hora para treinar. Esse é meu caso principalmente nos domingos. Explico: lá em casa o meu filho acorda por volta das 7h e minha mulher por volta das 11h; como não temos babá aos domingos, cabe a mim cuidar para que o pequeno coma, beba, tenha a bunda limpa e, principalmente, não exponha a sua vida ao perigo nas manhãs de domingo (quem tem filhos de 5 anos sabe que está é um tarefa que exige integral e exclusiva atenção porque eles são capazes de, em frações de segundos, aprontarem o inimaginável). Assim, resta-me o agradável horário do almoço para correr ou o do depois do almoço (coisa impraticável quando se pretende comer com tranqüilidade e com umas cervejinhas).

Como o que não tem remédio remediado está, besuntei-me de protetor solar, enchi a garrafinha de água gelada e me propus a encarar o Eixão sob o sol do Planalto Central às 11h30. A expectativa era correr da altura da 111 norte até a Ponte do Bragueto e voltar para casa. Mas foi aí que Deus me revelou seu plano, e ele era bem mais ambicioso que o meu. Assim que saio de casa o tempo muda. Na verdade passei a ser seguido por uma nuvem, igual àquelas de desenho animado que persegue um personagem como se fosse consciente de seus movimentos. Pois é a nuvem acima de minha cabeça passou a me proteger do sol.

No meio do caminho fiz o trato com Deus, se Ele mantivesse a nuvem continuaria a correr até o início do Lago Norte. E a nuvem continuou. Chegando ao Lago Norte prossegui até a altura da QI 13, sempre acompanhado pela nuvem. Dei meia volta e a danada da nuvem me acompanhando. Lá pela altura da QI 5 além da nuvem ganhei um ventinho a favor, maravilhosamente refrescante. Cheguei em casa são e salvo, com o cansaço normal de ter percorrido 20Km, mas fiquei feliz por saber que tenho muita gente importante apoiando o meu treino. Em casa, ganhei até massagem nas pernas da minha mulher! Pode parecer presunção da minha parte, mas eu estou com um novo personal trainner que é Divino!

É estranho mas para mim a nuvem foi mais celestial que a visita do Papa.

Assunto Chato


Elegi como os três assuntos mais irritantes do 1º semestre de 2007: a visita do Papa, o milésimo gol do Romário e os Jogos Pan-Americanos. Nada contra o Santo-Vigário da Igreja Católica, nem com o Baixinho-Gênio-dos-Pequenos-Espaços, tampouco com o congraçamento dos povos americanos. O irritante é justamente o fato da mídia explorar a exaustão o acontecimento.

O Papa já veio e já foi; e mesmo que a Globo diga que não a visita foi um fiasco de público e crítica, principalmente quando comparada com as visitas anteriores do antecessor de Bento XVI. Convenhamos, o João Paulo II de bengala à la Chaplin dá de 1.000 a zero no Alemão, o cardeal. Alemão de sucesso no Brasil nesse ano, só o mulherengo do Big Brother.

Falando em 1.000, ontem o Romário fez o seu. Não foi como o programado. Não foi no Maracanã, não foi teve discurso em defesa de causas nobres à exemplo do de Pelé, nem teve placa comemorativa no Templo Sagrado do Futebol. O milésimo do Baixinho foi em São Januário, palco muito menos nobre do que o Maior Estádio do Mundo. O pior é que as manchetes de hoje foram roubadas do Camisa 11 pelas maracutaias patrocinadas pela Gautama. Pobre Baixinho, se não bastasse o Jadel Gregório ter batido o recorde de João do Pulo, que persistia à 32 anos, foi ofuscado na primeira página pelo Zuleido.

Em breve tomará lugar os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. Se o retrospecto dos eventos acima citados se mantiver, o vexame nos espera. Pelo menos estaremos livres!

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Trabalho PACas!


Não gente, eu não adoeci, nem estou de mudança e tão pouco negocio minha ida para o Pinel. Continuo aqui na Casa Verde, mas o ritmo de trabalho saiu da valsa vienense para o rock & roll. Em outras palavras, estou trabalhando pacas!

A semana foi cheia de planilhas, de cadastros, de apresentações e de reuniões. Meu Deus, quanta reunião! Se esse PAC não decolar, não será por falta de reunião. Enfim, nesse ritmo, o trabalho tem me impedido de acessar os sites da Internet, de falar ao telefone com os colegas, de me prolongar no cafezinho, de ler meus livros e, por conseqüência, de escrever neste blog. Isto é, aquela estória de "arbeit macht frei" é coisa de alemão nazista para judeu ver mesmo! Liberta coisa nenhuma!

Tem tanta coisa acontecendo que eu me sinto um verdadeiro alienígena no meu próprio mundo. Afinal de contas, quanto tempo é necessário para que a gente fique desatualizado? Passo alguns dias fora do ar e quanto volto o PT está de namoro com o PSDB; o dólar custa R$ 1,99; o Pedro Passos está preso; na França, Sarkozy nomeia um socialista para o Ministério da Relações Exteriores... ufa! Parem o mundo que eu quero tomar um ar!


PS.: Falando em Pinel, hoje é o Dia Mundial de Luta Anti-manicomial. Embora pareça contraditório apoio a causa para os não-políticos.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Gastos "de"correntes.

Ontem foi dia de festa nos gabinetes do Congresso Nacional. Depois de alguns meses de indefinição e pressão da opinião pública, os deputados federais, enfim, conseguiram aprovar um aumento de 28,53% para os seus próprios proventos. E para não serem acusados de egoísmo, extenderam o aumento ao Presidente, Vice-presidente e Ministros de Estado.

Os sabichões aproveitaram a chegada do Papa ao Brasil, fato que naturalmente atrai a atenção da mídia e da população, para decidirem em votação simbólica aumentar seus próprios salários. O que será que o Papa diria sobre a nobre estratégia dos parlamentares?

Agora vem a parte que eu achei a melhor: chamado a comentar o aumento salarial aprovado pela Câmara dos Deputados, o Ministro da Defesa, Waldir Pires, declarou: “Quando um ministro termina de pagar as coisas que decorrem do fato de ser ministro, fica com R$ 4 mil ou R$ 5 mil. Não tem sentido. Um gerente qualquer tem um salário melhor que um ministro.”

Primeiro fiquei intrigado, o que será essas “coisas” que os ministros pagam que decorrem do fato de serm ministro e que justificariam um adicional? Eu não tenho a mínima idéia, mas tendo em vista que o salário atual dos Ministros de Estado é de R$ 8.362,00, conclui-se que elas consomem metade do dinheirinho de “suas excelências”. Estou curioso, o que será? Moradia? Alimentação? Transporte? Vestuário? Imposto de Renda? Não não pode ser. Se for, devo lamentar ao Ministro pois, depois de eu pagar as coisas que decorrem do fato de ser “eu”, não sobra é nada!

Depois cai na gargalhada com a comparação com o tal “um gerente qualquer”. Não sei se “um gerente qualquer” depois de pagar as coisas que decorrem do fato de ser "um gerente qualquer" ainda fica com algum dinheiro para pagar coisas não decorrentes do fato ser "um gerente qualquer", o que sei é que se ele se demonstrar tão competente e responsável quanto o citado Ministro, o seu salário será de R$ 0,00. Ou será que alguém dúvida que incompetência na iniciativa privada dá demissão por justa causa?

Mas o que se esperar de um Ministro da Defesa que afirma que não é responsável pela crise aérea dos últimos meses e que “a responsabilidade é dos acontecimentos”. Será que ele aprendeu com o Presidente (clique aqui). Socorre, Jesus!!!!

Eu adoro os comentários do Ministro da Defesa. Já reservei vaga para Sua Excelência na ala nobre da Casa Verde.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Fazendo cara de bonzinho!

É impressionante como algumas corporações têm a preocupação em parecer atentas e preocupadas com a defesa de nobres direitos. Não quero aqui ser leviano e julgar a priori as intenções de todas as empresas e grupos empresariais, mas é evidente que algumas se fazem de boazinhas para defender seus próprios interesses, interesses esses tão privados quanto impróprios (trocadilho infâme, mas adequado).

Ontem à noite o Fantástico, da Rede Globo, fez uma reportagem que tinha tudo para ser libelo contra a censura. Deu voz aos escritores Fernando Morais e Paulo Coelho, que condenaram sem tergiversar a maneira como o cantor Roberto Carlos obteve na Justiça um acordo para banir biografia sua escrita pelo jornalista Paulo César Araújo. Em seguida, o Fantástico relembrou a censura da ditadura militar contra filmes e novelas. Deu voz ao cineasta Neville d´Almeida e ao diretor de TV Daniel Filho. No final, como quem não quer nada, de modo sub-reptício, jogou no ar a questão da classificação indicativa de programas de televisão determinada pelo Ministério da Justiça, prevista para entrar em vigor proximamente.

Pegaram a sutileza do método? Eu peguei e achei fascinante. O programa pega dois casos reais de censura (convocando artistas e advogados para se manifestar contra ela) e os coloca lado a lado com um terceiro que é muito diferente, mas está de acordo com os interesses da emissora. No processo, faz o público confundir classificação indicativa do Ministério da Justiça com censura e liberalismo empresarial com liberdade de expressão.

Não estou defendendo aqui a censura, e creio que o Ministério da Justiça também não. Tampouco creio que o governo ou o Estado possui condições de sozinho definir o que é ou o que não é apropriado para crianças e jovens assistirem na TV. O que creio é que algo tem que ser feito para auxiliar os pais na espinhenta tarefa de educar e promover o bem estar de seus filhos A classificação indicativa pode ser uma boa ferramenta para auxiliar-nos nesta tarefa, por que não tentar? E se a Globo quer mesmo ser boazinha, por que não é clara com seu público?

quarta-feira, 2 de maio de 2007

O trabalho se comemora descansando


Ontem foi feriado em comemoração ao Dia do Trabalho. A data faz referência ao 1º de Maio de 1886, quando trabalhadores da cidade de Chicago nos Estados Unidos da América, tomaram as ruas da cidade para reivindicar a redução da jornada de trabalho diária para 8 horas. O resultado imediato da manifestação foi a morte de alguns manifestantes. Três anos mais tarde, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. No Brasil, desde 1949 (Lei nº 662), a data é reconhecida como feriado nacional. Mas não lhe parece paradoxal, prezado leitor, que o Dia do Trabalho seja comemorado com um feriado, isto é, sem trabalhar? A mim, não.

Quem me conhece sabe bem a importância que dou ao trabalho: trabalho vem sempre em primeiro lugar, afinal, primeiro a obrigação e depois a diversão. Sou o típico cidadão apegado aos poder das tradições vernáculares, e “trabalho” ainda é filha do latim tripalium, um instrumento de tortura. Isso mesmo, aquele que “enobrece e dignifica o homem” descende de um outro que foi concebido para função bem diferente: fazer sofrer terrivelmente, aviltar o homem. Chocante? Talvez, mas convém lembrar que a valorização moral do trabalho só chegou ao poder com a burguesia, muito depois de tripalium parir seu filho lusoparlante no século 13.

O trabalho nasceu traball, traballo, e cresceu ligado à idéia de sofrimento. Era, afinal, reservado a subalternos, de preferência escravos. Coisa de mouros, que “mourejavam”. Esse sentido de tortura a palavra e a idéia de trabalho ainda conservam, embora de forma menos central. Não falamos em trabalho de parto? Em ralação? Então nada mais justo, que dar um descanso ao coitado do trabalhador.

PS.: A figura que ilustra este post é uma reprodução da obra Café (1935), de Candido Portinari.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Cabeça de Melão


Aceitamos as primeiras impressões como se fossem verdades dogmáticas. A conseqüência é que repetimos um monte de baboseira que escutamos por aí sem o menor senso crítico. Mais ainda quando o que ouvimos é proferido por alguém com um título qualquer, que confere uma aparente respeitabilidade e credibilidade. Cuidado minha gente, o perigo ronda a palavra dos experts.

Hoje, por exemplo, li que crianças com QI alto tendem a ser vegetarianas na vida adulta, segundo o Epidemiology Resource Centre of the University of Southampton. O estudo da universidade americana acompanhou 8.200 homens e mulheres em torno dos 30 anos, que tiveram seus QIs testados aos dez anos de idade e sugere que, à medida que as crianças crescem e seu QI se eleva, o paladar para a carne diminui. Segundo os pesquisadores, isso pode dar pistas sobre a relação entre inteligência e melhor saúde – o risco de doenças cardiovasculares diminui, assim como o nível de colesterol e a obesidade.

Nossa! Então comer carne é sinal de pouca inteligência?!? Parece que sim, isto é, se pra começar, você acredita que 8,200 pessoas compõem amostra significativa da espécie humana, que os diferentes tipos de inteligência podem ser apurados por testes de QI e que o Epidemiology Resource Centre of the University of Southampton é um centro respeitável e sério. Viu como é simples questionar um pouco o que você anda lendo?