Meu filho completa hoje seis anos. A data foi aguardada por ele com muita ansiedade porque a partir de hoje ele poderá novamente jogar vídeo-game em casa (sob a supervisão, é claro). Na noite do dia 13, tinha saído para jogar futebol com amigos e quando voltava para casa recebi o telefone da Dani achando que o Mateus estava a caminho. Entrei em casa como um cometa, mas o médico (carinhosamente apelidado de Her Doctor) como não é bobo nem nada mandou a gente se tranqüilizar e esperar mais um pouco (provavelmente para que ele pudesse dormir mais um pouquinho).
Lá pela 2 horas, não teve jeito e fomos para o hospital, na verdade fomos para dois hospitais, o que quer dizer que carreguei uma mala enorme por duas vezes (e diga-se de passagem, sem a menor necessidade). Chegando ao destino final, depois de atravessar Brasília inteira, Dani foi preparada para entrar em cirurgia e eu fui convidado a assistir o parto.... Não quis entrar na sala de parto, tinha medo de pagar mico, de ficar nervoso, de desmaiar, de chorar na frente das pessoas... sei lá, preferi ficar ali no corredor mesmo, fazendo tal qual fizeram milhares de pais antes de mim, cavando vala com minhas passadas em um pra cá e pra lá sem fim.
Ele saiu da sala de parto todo enroladinho nos braços de uma enfermeira, era tão pequenino, e parecia ter tanto frio que não tive coragem de segurá-lo por mais de alguns segundo. Contentei-me em ver seu rosto alguns instantes (exatamente igual ao que havia visto em uma ultra-sonografia 3D feita semanas antes) e perguntar a enfermeira sobre a saúde dele e da mãe. Ela me respondeu que ambos estavam bem, mas que o pequeno tinha que ficar um tempinho sob uma supervisão especial e o levou para uma incubadora no UTI-Neonatal.
Depois de sua ida, deixei a alegria me tomar de vez, e chorei deliciosa e solitariamente. Liguei para os avôs e para as tias para contar que o Mateus tinha chegado ao mundo e receber as felicitações, não sem antes ser criticado pelo fato de não ter avisado antes. Mateus, que já na barriga da mãe fazia parte de nossas vidas a algum tempo, foi apresentado formalmente ao mundo na madrugada do dia 14 de março de 2002.
Nesses seis anos nossa relação amadureceu bastante. Foram muitas dúvidas e pouquíssimas certezas, mas acho que o placar está favorável. Sou exigente com o garoto e ele, por sua vez, também não fica nada atrás em relação a mim. Às vezes a mãe fica preocupada com algumas discussões, mas no fim acabamos em bom termo. Ser pai dá um trabalho danado, não tem como negar, mas também é muito bom. Amo meu filho e faço sempre o meu possível e, às vezes, também o meu impossível para que ele também me ame. Creio que, do modo dele, ele faz o mesmo.
Feliz aniversário filhão.