Nem eu, nem tu, nem eles...

Declaração do Presidente Lula ao ser questionado - pela enésima vez - se o Senador Sarney deveria se afastar da presidência do Senado: “Não é problema meu. Eu não votei para eleger Sarney presidente do Senado, nem votei no Sarney no Maranhão, nem votei no Temer, nem votei no Arthur Virgílio. Votei nos senadores de São Paulo. Quem tem que decidir se ele continua presidente do Senado é o Senado, não sou eu".

Se por um lado está certo o Presidente que, em nome da independência e harmonia dos Poderes da República, não deve se envolver nos assuntos de competência exclusiva do Senado Federal; por outro está errado em insinuar que foi o Maranhão que elegeu José Sarney para o Senado.

Mas que o Senador do Amapá deve estar preocupado com o pronunciamento do Presidente da República, isso lá deve ser verdade. Afinal de contas, para bom entendedor, temos,mais uma vez a repetição do melhor estilo presidencial de tirar o corpo fora quando o assunto é caso perdido.

Em tempo: José Sarney foi eleito Senador pelo Amapá, assim sendo nem o Presidente Lula - pernambucano com domicílio eleitoral em São Paulo - tampouco os eleitores maranhenses podem ser responsabilizados por sua eleição

There ain't no such thing as a free lunch

O nosso governo diz que o aumento de 213% no preço pago pelo Brasil ao Paraguai pela cessão de energia de Itaipu não será repassado aos consumidores do país. Ora, é preciso desconhecer o básico em economia para achar que existe um preço que ninguém paga.

Se existe uma verdade em economia, ela é: não existe almoço grátis! Se o Paraguai vai receber mais de US$ 200 milhões a mais por ano, o dinheiro sairá de algum lugar. Se não for da tarifa, sairá do Tesouro. E o Tesouro somos todos nós contribuintes. Portanto, será pago pelos brasileiros.

Eu tenho, você não tem...

A derrota para o alemão Paul Biedermann nos 200m livre foi um duro golpe no octamedalhista olímpico Michael Phelps. Logo após a prova, o americano ameaçou não nadar mais em competições internacionais até que os supermaiôs estejam proibidos.

Acontece que Phelps tem contrato com a Speedo e disputa o Mundial de Roma com o mesmo maio que o ajudou a ganhar oito medalhas de ouro em Pequim, que na época em que era top de linha. Biedermann nada com um maio mais recente, mais fino e mais avançado que o de Phelps. Se em Pequim Phelps nada reclamou de sua vantagem tecnológica, agora que a vantagem é "dos alemães", a brincadeira parece ter perdido a graça:

- Será divertido quando a natação voltar a ser natação, comentou o pobrezinho do Phelps.

Pois é, brinquedo novo é muito bom! Melhor ainda quando, na rua, a gente é o primeiro e único a ter. Não é mesmo?

O exercício democrático!

O meu amigo Leo comentou no último post que: Da campanha de 89, eu tenho saudades do Marronzinho e do Pedreira - legitimo oriundo da raça negra.

E eu também tenho muitas saudades! Na época eu tinha pouco mais de 14 anos, mas não perdia nenhum programa do horário eleitoral. Lembro de mim e de meu pai caindo na gargalhada! Era muito melhor que o “Viva o Gordo”!

Além de Marronzinho (o candidato amordaçado) e Antônio Pedreira (legítimo oriundo da raça negra, do Partido do Povo Brasileiro); como não citar: Sílvio Santos; Enéas Carneiro (o nome é Eneeeeeas!), Afif Domingues (juntos chegaremos lá!); Ronaldo Caiado (em seu cavalo branco); Affonso Camargo (o pai do cale-transporte, que iria criar um montão de outros vales num verdadeiro Vale-Tudo! um visionário!!); Paulo Gontijo (ele vem aí... e só a aprecia a sombra do candidato – que marketing fantástico!). Eudes Mattar (o último da lista de votação!); Gabeira (e o mantra indígena: “Gabeira, presidente do Brasil!”).

Por fim até os ditos “candidatos sérios” possuíam uma forte veia lúdica. Como deixar de guardar para sempre as musiquinhas:

A de Ulisses Guimarães era “Bote fé no velhinho/O velhinho é demais/ Bote fé no velhinho/Ele sabe o que faz.” Em ritmo de frevo. A coisa mais difícil era imaginar o “velhinho" cantando a própria música.

A de Brizola também era marcante: Lá-lá-lá-láia Brizola/O voto no Brizola só pode nos trazer/ um mundo bem melhor pra se viver. E o slogan: Brizola faz escola! Daí o Garotinho no Rio de Janeiro que não nos deixa esquecer, não é mesmo?

Não meus amigos! Nunca mais teremos eleições como as de 1989!

As voltas que o mundo dá!

"Política é como nuvem", frase mineira que alguns atribuem a Magalhães Pinto, outros, a Tancredo Neves, reflete bem determinados momentos da vida nacional.

Ontem, ao inaugurar obra no interior de Alagoas, nosso Presidente rendeu agradecimentos à dois velhos conhecidos: "Eu quero aqui fazer justiça ao comportamento do senador Collor e do senador Renan, que têm dado uma sustentação muito grande aos trabalhos do governo no Senado."

Pecoçada.

Ah, o sorrissinho maroto do Sarkozy! Só faltou o Berlusconi na foto.

Atualização - 14:26

Obama Checking Out Lady? Judge for Yourself

OK. Obama é gente boa. Mas o Sarkozy é malandrinho!

O Mundo é Springfield?

Que o mundo é um lugar bizarro, disso eu já sabia! Mas mesmo ciente dessa dura realidade, o mundo não para de me surpreender com a sua capacidade de elevar o nível da bizarrice.

Vocês já se detiveram nos detalhes... nem sei como adjetivar... dos eventos post-morten do "Rei do Pop"? Vejam só, a pouco, estava ocorrendo a cerimônia/show/funeral/homenagem num ginásio cujo nome - Staples - é o de uma papelaria estadunidense. Tudo bem, nos últimos tempos as empresas fazem estádios etc e colocam o seu nome, mas isso não deixa de ser bizarro.

Até ontem a notícia era de que talvez o corpo do MJ nem estivesse presente, mas hoje despacharam o ex-genro do Rei do Rock (que muitos alegam também não ter morrido - a realeza se nega mesmo a sair de cena) em um caixão que custou 25 mil dólares, feito de bronze, com a tampa folheada a ouro 14k e é todo forrado em veludo azul. Poxa vida, ouro 14k!?! Que absurdo! Causa-me espécie o fato do caixão ter apenas a tampa folheada a outro, cujos kilates são apenas 14, ou seja, um ourinho muito do vagabundo. Já que o MJ mantinha o Peter Pan empalhado em casa e se apresentava em festas de aniversário do príncipe do Bahrein, que ao menos o caixão fosse toda em ouro 24k. O fato só pode ser explicado por uma pão-duragem sem fundamento (coisa de herdeiro desgostoso com o espólio).

Bem mas isso não vem ao caso. A bizarrice mesmo é a transmissão em rede intergaláctica do evento, o sorteio de ingressos pra parada (ingressos!!!!!)... Pra não falar dos milhares de freaks que lá estão chorando copiosamente a morte do cara e dançando ao mesmo tempo, em uma versão “Tio Sam” da tradição de “beber o defunto”, comum na zona zona cacaueira de Ilhéus fielmente retratada na novela Renascer . Ontem mesmo vi na televisão um dos tais "freaks" sorteados com um par de ingressos. O maluco estava felizão, dizendo que ia levar a filha com ele e que aquele seria o seu presente de aniversário para a guria. Imaginem só, será que nos USA não tem uma Secretaria de Proteção à Criança e ao Adolescente?

É tudo muito doido. Isso tá parecendo o enterro do Mr. Burns.

PS.: Esse post contou com a colaboração de nobres colegas de consultório.

Saúde na 3ª idade

Depois de confessar que simplesmente não notou o acréscimo indevido de R$ 3.800,00 em seu contra-cheque à conta de auxílio-moradia e de ter esquecido de declarar como patrimônio uma mansão na Península dos Ministros em Brasília, no valor de R$ 4.000.000,00, chego a conclusão que o Senador Sarney deveria solicitar licença médica para cuidar da saúde. Tanta desatenção, em uma pessoa com a idade do senador, pode ser sintoma de uma mal grave.

Supresa!

Tem gente que se surpreende com as declarações de apoio do Presidente Lula ao Senador José Sarney, mas eu não. Se for para comparar, vejam só como o apoio ao senador é fichinha frente à recente declaração de nosso Presidente de que Muammar Kadafi é seu "amigo, irmão e líder" e que o resultado das eleições no Irã devem ser respeitados.

Agora o que me surpreende mesmo é o chapeuzinho! Isso sim é chocante!