sexta-feira, 20 de julho de 2007

Ema, ema, ema... cada um com o seu problema!


O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, assistiu no Palácio do Planalto à reportagem do "Jornal Nacional" que levantou a possibilidade de problemas mecânicos no avião da TAM que se acidentou em São Paulo. Ao final da reportagem, Marco Aurélio, que estava acompanhado do assessor de imprensa Bruno Gaspar, reagiu ao conteúdo da reportagem com o gesto de bater uma mão fechada sobre a outra aberta.


As imagens foram veiculadas pelo Jornal da Globo. Mais tarde, Garcia acusou a Globo de gravar as imagens de maneira "clandestina" e disse que seu gesto foi de "indignação" contra quem culpou o governo Lula pelo acidente.

Vamos aos comentários.

Primeiramente, Oscar Niemeyer, ao planejar as imensas janelas do Planalto, sabia muito bem que a transparência do governo é fundamental em todos os sentido. Graças ao arquiteto podemos ver melhor o que passa por dentro dos Palácios do Governo. O Iphan deveria proibir o governo de colocar cortinas nas janelas do Planalto.

Segundo, é inegável que esse governo tem um viés autoritário em relação à atividade da imprensa. Imagens captadas de forma “clandestina”!!! Hahaha! Conta outra.

Terceiro, sobre se a culpa é ou não é do governo, transcrevo a declaração do Presidente Lula: “Não importa discutir causas. A responsabilidade pela solução dos problemas é do governo, e disso não podemos fugir.” Ora bolas, faz 10 meses que o problema aéreo se apresenta de forma cotidiana ao governo e à nação. Se nada foi feito até agora, restam duas alternativas: conivência ou incompetência.

Por fim, os gestos obscenos do assessor especial de Lula e de seu auxiliar mostram uma faceta humana da vida privada horrorosa, mas muito real: o alívio por se livrar da culpa por algo ocorrido. Contudo, o que é permitido ao homem em sua vida privada nem sempre o é para o de vida pública. Caso o senhor Marco Aurélio queira saber mais sobre o assunto, aconselho a ler Maquiavel e Max Weber. Bibliografia indispensável para alguém se que coloca na posição de assessor especial de um Chefe de Estado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu falecido pai com certeza diria: "Patifes! Onde já se viu tamanha falta de compostura?"
E eu digo: Gentalha! Dá pra acreditar que estavam no Planalto?