sexta-feira, 4 de julho de 2008

Das coisa que eu não sei e das coisas que eu sei


Ontem, um amigo me mandou um e-mail com os seguintes dizeres: "eu já sabia". Outro amigo, comentou aqui no blog que a sua profecia havia se confirmado. Bem, o que eu tenho a dizer é que eu não sabia. E pelo contrário, acreditava que outra estória iria se escrever na noite da última quarta-feira no Maracanã. E acho que esses meus amigos sabem do que estou falando, afinal quem torce para um time de futebol, acima de tudo, acredita e tem esperança. Sabe essas coisas de torcedor que sabe apenas aquilo que lhe convém ao coração, pois é, é esse o caso.

Eu sei que o Renato Gaúcho é um fanfarrão, um boca-frouxa que falou mais do que devia. Sei que o time é limitado, sei que estamos na lanterna do Brasileiro, sei que já fomos rebaixados para a 3ª Divisão, sei que fomos beneficiados pelas maracutaias da cartolagem. Eu sei disso tudo, e sei muito bem, mas EU FUI LÁ. Eu e outros mais de 80 mil, que in loco torceram, apoiaram, cantaram e empurraram o time do coração nos 120 minutos de jogo e nas cobranças de penaltis. Mas nem toda a torcida do mundo foi capaz de ajudar e a vitória não veio. Melhor, a vitória até que veio, o que não veio foi o título. O que talvez seja o mais doído.

Porém, pelo menos para mim, nem tudo foi dor. Na noite de quarta-feira fui ao Maraca e vi uma festa enorme de uma torcida digna. Vi homens, vi mulheres, vi jovens e vi crianças. Não vi nenhum assalto, não vi nenhuma briga, não vi nenhum empurra-empurra, vi uma fila enorme sendo respeitada por todos, mesmo depois de todo o sofrimento e constrangimento que passaram para poder comprar o ingresso. Vi um pouco do Brasil, vi gente de Rio Branco, de Manaus, de Teresina, de Fortaleza, de Cuiabá, de Florianópolis, de São Paulo... vi um pouco de tudo do que somos de melhor e do que podemos ser melhor.

Mas o melhor para mim, deixo para contar agora. Durante o jogo mantive contato com minha mulher, que a mais de 1.000 kilometros acompanhou o meu martírio e dividiu comigo a esperança da vitória. Trocamos inúmeras mensagens. Ah, como me arrenpendi de não tê-la convencido a ir comigo. Ela me ligou ao final da partida e confessou que estava chorando. Logo ela, uma flamenguista chorando. Ela já havia me dito que depois de se casar comigo se sentia constrangida em se alegrar com a derrota do Fluminense. Mas chorar, isso eu não esperava. É claro que ela continua Rubro-Negra, a mais fiel das torcedoras, mas ela ama um Tricolor e sabe que o amor é correspondido. Eh meus caros, o amor de fato é surpreendente, mas disso EU JÁ SABIA.

Sou, sou tricolor
sou tricolor de coração

Vim ver o Flu,
meu grande amor
Graças à Deus sou tricolor.

3 comentários:

Anônimo disse...

Da próxima vez vou com você, mas já aviso, vestir a camisa não rola.
Te amo!

Anônimo disse...

Eu, como "o amigo que já sabia", tenho um comentário a fazer: eu já sabia.

Edrisse disse...

O amor é lindo! Mas é isso aí...a vida tem dessas coisas...eu tb acabei torcendo pro Flu, em nome dos amigos queridos que foram pro Maraca (vc entre eles!!!)...acho que a gente fica velho e vai ficando frouxo!