
sexta-feira, 30 de março de 2007
(In)Satisfação

quinta-feira, 29 de março de 2007
Já teve alguma idéia brilhante?

Gostou da idéia acesse aqui
quarta-feira, 28 de março de 2007
Opa, que eu ajudei a comprar essa bola!

Nas eleições proporcionais brasileiras a coisa funciona mais ou menos assim: o eleitor vota em um candidato ou, se preferir, na sigla do partido político de sua preferência. Depois a justiça eleitoral reuni o montante de votos manifestados na referida eleição, divide pelo número de vagas em disputa e estabelece o coeficiente eleitoral. Isto é, o número de votos necessários para todo e cada partido político eleger um candidato. Depois de verificar o coeficiente eleitoral, agora a justiça eleitoral verifica o número de votos atribuídos a cada um dos partidos políticos, divide pelo coeficiente eleitoral e determina o número de candidatos que cada partido elegeu naquele pleito, esse número é o coeficiente partidário. Os candidatos que tomarão posse dos cargos em disputa são aqueles mais bem votados em cada partido, respeitando os respectivos coeficientes partidários.
Acontece, e não tão raramente, que alguns eleitos não atingem nem uma ínfima parte, mas como são muitos os candidatos unidos sob a bandeira do partido, a soma de todos acaba conseguindo eleger um. Magnífico! A união faz a força e, neste caso, a coletividade partidária elege um companheiro que irá representar os interesses daquele grupo. Upa! As minorias serão representadas! Que ótimo, né? Seria se dias após os resultados o indivíduo favorecido por essa matemática toda não resolvesse se unir a outro grupo, em geral a maioria, abandonando os antigos companheiros. Em outras palavras, é como se o coleguinha pegasse a bola comprada com a vaquinha de todo mundo, mudasse de bairro, levasse a bola e deixasse os antigo vizinhos chupando dedo. Você acha isso certo? Pois é, mas era isso mesmo que acontecia. Coisa de doido, né? Pois é, o jeito é aumentar a população residente na Casa Verde.
Agora, o TSE revolveu que isto é errado. Está vendo, meu filho, é errado. Se o coleguinha resolver mudar de bairro e brincar com novos amigos, deverá antes devolver a bola comprada em conjunto com os velhos companheiros.
Agora sim, todo mundo vai entender como é que funciona a tal eleição para deputado.Viu como você tinha razão. Parece que eles recobraram a razão. Finalmente, novas vagas na Casa Verde.
O inferno são os outros?

Ontem, o Presidente da República afirmou que a culpa pela crise nos aeroportos é responsabilidade dos governos que o antecederam. Nas palavras do chefe: "Os outros não fizeram aquilo que deveriam ter feito ao longo de anos". O desabafo presidencial me fez lembrar do Sr. Jean-Paul Charles Aymard Sartre (1905-1980), de fato "o inferno são os outros".
A filosofia de Sartre apregoa que o universo é composto de dois tipos de seres; o seres Em-si e os seres Para-si. Resumidamente os seres Em-si. possuem uma essência definida, não possuindo potencialidades nem consciência de si ou do mundo. O ser Em-si apenas é. Já os serem Para-si, e aí estão incluídos todos os homens e mulheres, não têm uma essência definida, definindo e redefinindo a cada momento sua essência. Cada pessoa só tem como essência imutável, aquilo que já viveu, o pretérito. Em outras palavras, eu e você somos neste momento aquilo que fizemos, aquilo que passou. Porém, nada nos impede de sermos algo diferente no momento seguinte, isto é podemos a cada segundo, ou melhor a cada decisão e escolha mudar a nossa essência. Por isso, Sartre atribuía a cada ser Para-si a incondicional liberdade de fazer de si o que quiser.
Isso significa que cada pessoa pode a cada momento escolher o que fará de sua vida, sem que haja um destino previamente concebido. Somos portanto produtos de nossas escolhas. E mais o mundo é produto de nossas próprias escolhas. Sartre afirma que todos os seres Para-si se orientam fundamentalmente para um projeto específico: a auto-realização. Isto é, o ser Para-si sonha em ser uma pessoa que já realizou todas as suas potencialidades, todos os seus projetos. Ao realizar tudo o que podia o ser Para-si esgota suas potencialidades, tornando-se um ser Em-si, mas sem abandonar a consciência de nós mesmo e do mundo, tornando-se um ser em-si e para-si.
Obviamente, qualquer ser Para-si tem que enfrentar uma série de limitações e contingências para atingir o projeto fundamental. Essas limitações e contingências, no entanto, não podem ser entendidas como uma restrição à liberdade. Ao contrário, para Sartre as limitações impõe ao ser alternativas a cada um e cada um é livre para escolher dentre as alternativas a sua. A verdadeira liberdade não é fazer qualquer coisa, mas é escolher fazer qualquer coisa. Entendida assim, a liberdade é uma condição inalienável de todo ser Para-si.
A liberdade é acompanhada de responsabilidade. Cada escolha possui repercussão e é responsabilidade de quem escolheu. Uma vez que as repercussões das escolhas individuais interferem de forma irrevogável no mundo, cada indivíduo é responsável por todo o mundo. A consciência da responsabilidade acaba por trazer a todo ser Para-si o sentimento de angústia. Para fugir da angústia o ser Para-si acaba recorrendo a má-fe. Isto é, ele renuncia à própria liberdade, fazendo escolhas que o afasta do projeto fundamental e atribuindo conformadamente estas escolhas a fatores externos, ao destino, a Deus, aos astros e aos outros.
Caríssimo leitores, é claro que os outros interferem e provocam mudanças no mundo, alterando a disposição das alternativas que se apresentam a nós em nosso exercício de liberdade. Porém, ainda somos nós os responsáveis pelas escolhas que fazemos. Sabe aquela estória da limonada e dos limões, pois é. Se o inferno são os outros, é porque é através do olhar do outro que compreendemos e tomamos consciência de nossas próprias escolhas e de suas repercussões. Aconselho o chefe, na próxima viagem, a fazer um passeio pelos saguões dos aeroportos brasileiros, acho que ele vai se entender melhor.
terça-feira, 27 de março de 2007
Justiça Implacável
Justiça demora 2 anos para decidir sobre furtos de R$ 1 (Folha de S. Paulo)
Não são raros os depoimentos na mídia sobre a impunidade no Brasil. De A a Z, todos relacionam a crescente violência nos centros urbanos brasileiros à impunidade estrutural no Brasil. Não é por acaso que vire-e-mexe surgem iniciativas para aumentar as punições previstas no Código Penal ou, mais em voga na atualidade, diminuir a idade mínima para que o jovem infrator responda criminalmente por seus atos.
Pois bem, hoje, o jornal Folha de São Paulo publicou matéria que evidência que as coisas estão mudando aqui em Pindorama. Revela o diário paulista, com base em pesquisa realizada pela promotora Fabiana Costa Oliveira Barreto, que o Estado não está para brincadeira e investiga e pune com severidade aqueles que ousam sair da linha. Malandros tremei! Afirma a matéria que " Levantamento em cinco capitais - São Paulo, Recife, Porto Alegre, Belém e Distrito Federal - identificou ao menos seis casos de pessoas processadas pelo furto de objetos no valor de R$ 1. Quatro delas foram presas e passaram ao menos um dia na cadeia." Espero que o Estado respeite a proporcionalidade da detenção em relação ao montante subtraído. Mensaleiros tremei!
Curiosamente, o citado jornal ridiculariza o esforço do Poder Judiciário em dar resposta à sociedade, vítima última desses bárbaros crimes. Que coisa bizarra, caríssimos leitores! Afinal de contas, é para acabar com a impunidade ou não? Se sim, como afirma um amigo de longa data: "é de baixo que se começa". Nota 10 para a Justiça. Aguardo os digníssimos magistrados para um chá na Casa Verde. Precisamos conversar à respeito.
PS.: A imagem acima foi capturada do blog BiBi FonFon. Espero que os créditos sejam suficientes para evitar a mão pesada da Justiça.
segunda-feira, 26 de março de 2007
Apresentação

Caríssimos leitores,
Não me comprometo a uma regularidade, nem tampouco com uma linha editorial. Fatos públicos e privados (com o óbvio respeito a integridade dos indivíduos) poderão e farão parte dos temas tratados no Consultório. Se alguém se sentir agredido, ofendido, mal-tratado ou coisa que valha, apresente suas queixas ao Bispo e ao barbeiro, e depois veremos.
Desejo a todos uma agradável leitura.