Breve estória.

Meu filho estava na casa da tia quando ela pediu para que ele subisse ao quarto do primo, que tem 18 anos, e o acordasse para ir à aula do curso de verão da UnB. Pouco tempo depois ele voltou do quarto para comunicar à tia que o primo havia decido não ir á aula e continuar dormindo, decisão esta aceita pela tia. Ao constatar que a tia nada iria fazer para remover o primo da idéia rebelde de gazetar a aula em favor do ócio, repreendeu o comportamento da tia:

-Olha tia, isso não pode. Você vai lá e diz - batendo o dorso da mão esquerda na palma da mão direita: "meu filho, eu sou sua mãe e você vai me obedecer. Levante agora porque você vai pra aula. E eu não vou falar duas vezes, ouviu?!?"

A tia, contendo o riso, olha para o menino de 7 anos e pergunta quem fala com ele assim. Ao que ele responde:

-Oras, minha mãe! Todas as vezes em que eu não quero tomar banho, almoçar, me arrumar para sair...

Moral da estória: Não se desespere, todo o esforço que fazemos para orientar nossos filhos, mesmo que pareça ineficiente e inútil, de alguma forma acaba entrando na cabecinha deles e nos fazendo de ridículos.

Coisa feia!

Advirto aos leitores que sou nascido e criado em Brasília e, portanto, tenho todo o direito de criticar a minha cidade sem que isso autorize aos não brasilienses (naturais ou naturalizados) a fazerem o mesmo. Feita a advertência, comemoro a opinião do Superintendente do Iphan em considerar o projeto da Praça da Soberania, de autoria de Oscar Niemeyer, ilegal, por ferir, na avaliação do órgão, um dos artigos do tombamento da cidade: o que proíbe edificação nos canteiros centrais do Eixo Monumental.

A maquete da Praça é sem dúvida a coisa mais feia em que eu já pus os olhos. Um obelisco de 100 metros de altura sem o menor cabimento. E mais, além de feia pra dedeu, a coisa iria provavelmente (e Deus queira que não seja construída) custar os olhos da cara!

Sinceramente, depois de sofrer o inferno nas salas de aula do minhocão da UnB, nos prédios da Espanada dos Ministérios e em outros monumentos muito belos, mas completamente disfuncionais de autoria do Oscar Niemeyer, me agrada muito a idéia de alguém mais começar a contestar a genialidade do arquiteto de Brasília.

O que será que Darwin pensaria disso

Neste ano o mundo comemora o bicentenário de nascimento de Charles Robert Darwin, naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual

Pois bem, depois de 150 anos da publicação da obra mais famosa de Darwin, A Origem das Espécies, cientistas ingleses, a partir de estudos realizados com famílias chinesas, chegaram à brilhante descoberta que mulheres casadas com homens ricos tem mais chances de alcançar o orgasmo durante suas relações sexuais. Para os conterrâneos de Charles, autores do estudo, o resultado da pesquisa parece consistente com a idéia de que o orgasmo feminino evoluiu a partir de uma função evolutiva fazendo com que as mulheres instintivamente selecionem seus parceiros de acordo com a sua percepção de qualidade.

Se assim for, dentro dessa teoria o quê explicaria a figura do "Ricardão"? Eu, cá pra mim, tenho uma idéia, mas expó-la poderia me causar uma enxurrada de processos por difamação promovida pelas consortes dos ricos.

Mama Mia!

Quando conheci a Itália, além da maravilhosa culinária e da estonteante concentração de monumentos artísticos e históricos por metro quadrado, outra coisa que me chamou a atenção foi o fato dos italianos gostarem de assistir filmes e seriados americanos dublados. Eu particularmente detesto filmes dublados e olha que a dublagem no Brasil está simplesmente séculos luz na frente da italiana em qualidade.

Pois bem, a preferência pela dublagem parece que vem da relutância da maioria dos italianos em falar outra língua que não seja a sua própria - e isto não significa necessariamente que todo italiano fale italiano, uma vez que persiste na Itália uma série de dialetos falados em diferentes regiões. Só para se ter uma idéia, tive uma dificuldade grande na época em trocar e-mail com as pessoas porque a maioria usava um tal de "otmail' como provedor, só com o tempo entendi que o tal "otmail" era na verdade hotmail. Deu para sentir o grau de anglicismo dos caras, né?

Esse assunto me veio a cabeça porque, hoje, nos jornais li que o ministro italiano da Economia, Giulio Tremonti, acredita que os bancos italianos se salvaram da crise dos créditos hipotecários de risco americanos, os "subprime", porque falam pouco inglês.

Se isso mesmo, a tradição da dublagem salvou os italianos e resta a nosotros, herdeiros malditos do american way of life, dizer: Ave Caesar, morituri te salutant!!

Monarquia de Momo

No quesito cultural o mês de janeiro no Brasil pode ser definido como o mês dos preparativos para o Carnaval. A TV começa a divulgar os sambas enredos, os grupos de Axé participam de 9 entre 10 programas de auditório, a cada 30 minutos podemos assistir entrevistas com personalidades midiáticas sobre os seus preparativos para os festejos de Momo. É uma verdadeira enxurrada de informações totalmente inúteis ocubando espaço e tempo.

Contudo nada, mas nada mesmo me faz perder tanto a paciência quanto a cobertura da rotina das "rainhas de bateria". É uma overdose! Não creio que exista em toda história da humanidade período que concentre uma quantidade maior de cabeças coroadas do que o Carnaval Brasileiro; são no mínimo umas 40 altezas, das quais você fica sabendo tudo a respeito da alimentação, rotina de exercícios, ensaios, provas de fantasias, aventuras sexuais, et, etc, etc. Ontem mesmo fiquei sabendo que a Luma de Oliveira está com dificuldades para ganhar tonus muscular na parte interna da coxa e que a Viviane Araújo comeu uma feijoada depois do ensaio do Salgueiro! Putz, não é fantástico?!?

Janeiro

Primeiro dia útil "pra valer" do ano e Brasília amanhece com aquela chuvinha que derruba o ânimo do mais empolgado dos madrugadores. Aí já viu, não teve jeito e acabei ficando na cama por mais um tempo e posterguei o início do ano acadêmico para amanhã. Se as coisas continuarem assim a crise vai pegar!