terça-feira, 18 de setembro de 2007

As voltas que o mundo dá...


Li hoje uma matéria interessantíssima do Der Spiegel sobre um êxodo de artistas americanos em direção à Berlim. Antes que alguém se admire com um suposto domínio da língua de Goethe, esclareço que li uma tradução para o português.

A matéria relata o caso de um artista chamado David Krepfle que se mudou de Nova York para Berlim por uma combinação de fatores, que inclui a alta dos aluguéis, a diminuição das oportunidades, uma sensação crescente que o momento em que a Big Apple foi central para o mundo das artes passou do apogeu e, principalmente, uma percepção que o ambiente intelectual de Berlim é "realmente aberto" enquanto que o nova iorquino está sufocado por uma política reacionária da direita que, para muitos artista progressistas os fez sentirem-se cada vez menos bem vindos em seu próprio país.

A escolha de Berlim, aparentemente, nada tem a ver com um amor pela Alemanha, mas, como já dito, por uma série de boas condições para a livre expressão artística desde as econômicas, como e o caso dos preços dos aluguéis, até as de carácter político, como a possibilidade de ter liberdade de se opor ou questionar sem ser tachado de simpatizante do Eixo do Mal. E pensar que em meados do século XX o fluxo era exatamente o inverso: Berlim vivia sob o totalitarismo nazista e os EUA ainda era a Meca da liberdade, refúgio de artistas, intelectuais e cientistas europeus, que fugiam da perseguição e da guerra.

Eh meus caros, o mundo é realmente redondo dá voltas e tudo mais, mas segue caminhos tortuosos. E é aí que se dão os dramas e as comédias da vida.

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