quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Carnaval levado a sério: só pode ser brincadeira.


Quem me conhece sabe do meu interesse pelos aspectos históricos, sociais e econômicos que envolveram o período da 2ª Guerra Mundial. Ao meu ver o tema é fascinante e capaz de ainda hoje criar polêmicas.

Ainda a pouco vi na televisão que uma liminar, concedida por juíza da Justiça Estadual do Rio, impede o desfile do carro alegórico da escola de samba Viradouro, que representa o holocausto. O documento também proíbe o desfile de qualquer componente da escola com fantasias que caracterizem o ditador alemão Hitler. Na sentença, a juíza diz que o desfile de escola de samba não pode ser ferramenta de culto ao ódio, ao racismo e nem exibir elementos bárbaros, como corpos nus amontoados, liderados por uma figura como Hitler.

Fico com a seguinte dúvida será que um carro alegórico de uma escola de samba pode ser, de fato, uma ferramenta de culto ao ódio? E se pode, o que dizer dos inúmeros carros de carnavais passados que retrataram navios negreiros, extermínios indígenas e tantas guerras? Será que também eram ferramentas de culto ao ódio? Pelo sim, pelo não, já saí para comprar a minha máscara de George Bush antes que alguma liminar me proibia.

Ainda sobre o tema, reportagem publicada hoje no Der Spiegel anuncia a publicação na Alemanha de um novo dicionário chamado Wörterbuch der Vergangenheitsbewältigung, traduzindo: "Dicionário de Fazer as Pazes com o Passado". O dicionário examina cerca de 1.000 palavras e frases, que devido ao uso pelo Regime Nazista, são agora totalmente tabu.

Agora imaginem só vocês, como se o alemão já não fosse difícil o suficiente. Três gêneros, palavras intermináveis, verbos no final de frases impossivelmente longas e o aspirante a germanófono deve ainda estar atento para não acabar sendo confundido com um simpatizante nazista por usar uma palavra inadequada. Vixê!!!

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