
Muita gente recorre a videntes das mais diversas categorias para saber do futuro. Em que pese a picaretagem recorrente entre os tais "profissionais", a intenção dos consumidores desse tipo de serviço, invariavelmente, é descobrir se no futuro vão ser mais ricos, mais amados, mais bem-sucedidos, enfim, querem saber se serão ou não mais felizes no futuro. Ou pelo menos, querem ouvir isso de alguém. No fundo, as pessoas procuram por aquele reconfortante sentimento de que há um propósito pelo sacrifício contemporâneo, pela dor, pelas privações, pelo sofrimento, pelo dormir tarde, pelo acordar cedo etc. O danado é que com a cabeça no futuro acaba-se perdendo o presente e aquele futuro nunca se concretiza. Hoje tive uma experiência inversa. Vi o meu passado. Mas o vi de forma absurdamente clara e não da forma romântica, permissiva e condescendente que olhamos para o nosso próprio passado. Talvez tenha sido o sono da segunda-feira pela manhã, talvez tenha sido o fato de ter corrido 5 km com apenas um copo de iogurte nas última 9 horas, mas o que importa é que vi o meu passado como se fosse a história de uma outra pessoa. Acho que por isso descobri algo sensacional: eu vivo no futuro das videntes e cartomantes, isto é, vivo naquele futuro bom. Mesmo sem nunca ter investido um centavo na quiromancia, tive a certeza absoluta que eu vivo no meu futuro. Essa descoberta acabou me enchendo de uma sensação muito agradável: eu estou credor na contabilidade da vida, saldo positivo. Hoje é um ótimo dia para realizar lucros. Sensação legal. Adorei viver no futuro. E aí, ‘quer ler a sorte’?
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