segunda-feira, 16 de abril de 2007

Quando 1 quilômetro não são 1000 metros. (Parte I)


De acordo com o Sistema Internacional de Unidades, o metro é a unidade básica para medir a grandeza de cumprimento. Antigamente, o metro era definido como uma determinada fração da circunferência da Terra; hoje, porém, o metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo correspondente a 1/299792458 de segundo. Uau, rápida a luz, não é mesmo? Que nada um metro não é nada! Tanto é verdade, que vencemos algumas vezes essa distância toda vez que fazemos, despretensiosa e calmamente, deslocamentos para pegar um copo de água, abrir a porta da rua, atender o telefone ou ir ao banheiro.

De fato, percorrer alguns metros é tarefa simples para a maioria das pessoas. A coisa pode complicar quando o deslocamento é para pegar um copo d’água a noite para o filho de 5 anos às 4 horas da manhã, atender aquele telefonema aguardado durante todo o dia e que foi tocar justamente quando estávamos no meio do banho ou quando os metros nos separam do banheiro salvador depois dos efeitos abruptos e indesejados daquele caldo de feijão do clube. Esses são momentos em que pode até nos faltar o ar, embora a distância também não tenha sido lá essas coisas, não é mesmo? O que complica para a maioria dos mortais é percorrer os múltiplos do quilômetro, em especial os múltiplos de 1.000, os famosos quilômetros.

A maioria de nós, deixa os múltiplos de 1.000 metros para os carros, as motocicletas ou até mesmo as bicicletas. Alguns encaram diariamente a distância para chegar a um ponto de ônibus ou estação de trem de urbano, para então ir para mais longe ainda. Para eles, a distância representa um tempo a menos: um tempo a menos de descanso, um tempo a menos de lazer, um tempo a menos de convívio com a família etc. Não por acaso é uma distância odiada. Porém existem outros que olham os múltiplos de 1.000 metros com um olhar de encanto como se fossem um desafio. Um grande desafio a ser conquistado, seja perante os outros, seja perante si mesmo. Aqui, estou falando dos corredores de rua, os profissionais e os amadores. Sou um deles.

Obviamente não sou corredor profissional, meu desafio não é conquistado perante os outros; não disputo as primeiras colocações (tampouco disputo colocação alguma), não tenho patrocínio, nem vivo viajando atrás de corridas pelo país e pelo mundo. Sou um amador iniciante. Do tipo empolgado, que corre ouvindo música, que lê sites de corridas, que pesquisa sobre tênis apropriados, que busca dicas de dietas adequadas para os dias de treino e para os dias de provas, que coleciona quilômetros e estórias. Corro a pouco mais de um ano e ontem venci minha primeira meia-maratona, inesquecíveis 21.062 metros. Foi ontem que eu aprendi que 1 quilômetro (Km), muitas vezes é bem mais do que 1.000 metros.

(Continua...)

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