Espaço livre, onde o Dr. Bacamarte expõe, analisa, intelectualiza, conjectura e dá despretensiosos pitacos sobre os caminhos tortuosos da razão humana. E por vezes, não.
A partir de hoje, a estátua de bronze do escritor Carlos Drummond de Andrade, instalada na orla da praia de Copacabana, passará a ser monitorada 24 horas por câmeras da CET-Rio. O objetivo é tentar impedir ou ao menos flagrar atos de vandalismo que se tornaram recorrentes. Desde 2007, a estátua do poeta foi vitimada 8 vezes por atos de vandalismo.
Vamos esperar que em 2010, nós, o povo brasileiro, consigamos demonstrar mais educação e urbanismo.
Também já fui brasileiro Carlos Drumond de Andrade
Eu também já fui brasileiro moreno como vocês. Ponteei viola, guiei forde e aprendi na mesa dos bares que o nacionalismo é uma virtude. Mas há uma hora em que os bares se fecham e todas as virtudes se negam.
Eu também já fui poeta. Bastava olhar para mulher, pensava logo nas estrelas e outros substantivos celestes. Mas eram tantas, o céu tamanho, minha poesia perturbou-se.
Eu também já tive meu ritmo. Fazia isso, dizia aquilo. E meus amigos me queriam, meus inimigos me odiavam. Eu irônico deslizavasatisfeito de ter meu ritmo. Mas acabei confundindo tudo. Hoje não deslizo mais não, não sou irônico mais não, não tenho ritmo mais não.
Nunca antes na história dessa República se viu um "ultimatum" tão enérgico!
Refiro-me à decisão de nosso governo em estipular prazo para a saída do presidente deposto de Honduras de nossa embaixada em Tegucigalpa.
Fazendo da representação diplomática brasileira seu escritório político na capital hondurenha desde o dia 21 de setembro, Manoel Zelaya foi avisado que deverá arrumar as malas até o dia 27 de janeiro.
Mesmo tendo que aturar essa visita por tanto tempo, logo vê-se que o governo brasileiro, mesmo com pulso forte, tem coração de manteiga! Desalojar um inquilino tão bacana nas vésperas do Natal, não é nada cristão. Assim sendo, fica para janeiro mesmo.
Cá entre nós, se o Zelaya for um pouco mais malandro dá para enrolar o Lula pelo menos até meados de fevereiro. Afinal de contas, no Brasil tudo pode esperar o Carnaval terminar.
Eu juro que já tentei comentar alguma coisa sobre o mensalão do Arruda, mas quanto mais eu tento mais eu fico confuso com o assunto.
Ontem o governador fez uma declaração para se defender das acusações e esclarecer porque recebia de um assessor tanto dinheiro em espécie. A versão do governador é de que o dinheiro foi usado para ações sociais; compra de panetones para ser mais específico.
Durante a declaração Arruda chamou seu ex-secretario de relações institucionais de “herança maldita” da administração anterior e tentou por todos os meios desqualificar as acusações do ex-colaborador, lembrando aos presentes que o mesmo é réu em mais de trinta processos.
Pois bem, pelo que eu saiba o cargo de secretário no Governo do Distrito Federal, bem como nos demais governos estaduais, é de livre nomeação, ou como se costuma dizer: de confiança.
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Minha pergunta é a seguinte: como uma “herança maldita”, com mais processos nas costas que estagiário de escritório de advogacia, exerce um cargo de confiança a mais de 3 anos?
Resposta difícil, né? Mas talvez mais uma frase de minha AvóAna possa nos dá uma dica:
Em uma semana em que a disputa política sobre os recursos que serão gerados pela exploração das reservas de petróleo do pré-sal dominarão e esquentaram os noticiários nacionais, uma novidade vinda de Dubai serve de alerta para aqueles que pensam que o dinheiro do petróleo é panaceia para todos os males sociais do Brasil.
O Emirado de Dubai, atingido em cheio pela crise financeira depois de anos de crescimento ininterrumpido, informou sobre a intenção de pedir aos credores de seu conglomerado Dubai World seis meses de moratória para o pagamento de uma dívida. Os temores sobre um possível "calote" dominaram os negócios nas bolsas europeias hoje e levaram os principais indicadores do continente a fecharem com perdas de mais de 3%.
Minha avó era uma mestra em condensar a sabedoria em ditos. Nesta última semana, enfrentando o calvário que é tirar um visto de turismo para os EUA, tive que tirar fotos para o novo VISA. Comparando a nova foto com aquela do antigo visto - tirada há 10 anos - lembrei de mais uma pérola de VóAna, que compartilho com os amigos:
Atenção: Este post contém alta dosagem de humor negro.
Na última semana, o governo da Suíça anunciou que quer restringir o chamado “turismo suicida”, endurecendo as regras contra estrangeiros que vão ao país para utilizar os serviços de organizações especializadas em eutanásia. Com as novas regras a serem impostas, os doentes terminais terão de provar por meio de dois laudos independentes que o prognóstico é de morte em poucos meses e que sofrem de doença incurável.
À parte de toda a polêmica moral, ética e econômica do caso, chama a minha atenção que o caso desconstrói o velho dito popular (pelo menos era o que dizia minha avó) que para morrer qualquer lugar serve. Ao que parece, no caso do "turismo suicida" existem uns lugares melhores do que outros para morrer. Fico pensando depois do "turismo suicida" o que mais poderemos inventar?
Correndo aprendi que por mais heróico que possa ser uma corrida de 30 quilômetros, para ela ser bem concluída (em com isso me refiro ao corredor sem lesões ou dores), ela precisa ter cada um de seus quilômetros percorridos com a mesma dedicação, consciência e valor. Desde modo a corrida acaba sendo maior do que a simples soma de todos os seus quilômetros, ela se torna algo único.
Corridas e relacionamentos talvez possuam isso em comum, para serem especiais precisam de dedicação, consciência e amor contínuos. É preciso dar valor aos dias e aos meses, tanto como é preciso dar valor aos passos e aos metros.
Hoje, eu e Dona Encrenca comemoramos 100 meses de casados! Sei que pouca gente faz isso, mas eu sou da opinião que 100 é sempre uma boa marca para comemorar. Sejam 100 horas, 100 dias, 100 semanas, 100 meses ou 100 anos, todas elas marcar tem valor.
Na manhã do dia 21 de setembro, Dia da Árvore, ao ser questionado por empresários do setor da indústria e comércio sobre a proibição do plantio de cana-de-açúcar na região da Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai, o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), chamou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de “viado fumador de maconha”.
Além de chamar o ministro de “viado”, o governador também afirmou que, se Minc participasse da Meia Maratona Internacional do Pantanal, marcada para dia 11 de outubro, ele “o alcançaria e o estupraria em praça pública”.
No dia seguinte, o governador, por meio de sua assessoria, declarou que não pretendia ofender o ministro do Meio Ambiente e que suas declarações foram feitas em “tom de brincadeira” sem “caráter de ofensa pessoal ao ministro”.
Em resposta, a assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente classificou Puccinelli como um “truculento que quer destruir o Pantanal” e que "essa declaração revela o seu caráter".
Para mim esse caso só vem a confirmar o “excelente” nível dos homens públicos brasileiros e do debate político brasileiro. Continuando assim, o Ministério da Justiça terá pouco trabalho em estabelecer a classificação indicativa do programa eleitoral do ano que vem. Bom para nosostros que só teremos que aturar o tal programa após às 22h.
Certamente o assunto seria melhor aportado pela Dona Encrenca, afinal é essa uma de suas especialidades, mas eu não posso deixar de registrar o fato.
Nesta semana, o governo francês decidiu intervir na crise que afeta a gigante das telecomunicações France Telecom depois do suicídio de 23 trabalhadores no último ano e meio, que os sindicatos atribuem ao estresse e à reestruturação interna provocada pela crise financeira. A tragédia mais recente aconteceu na sexta-feira passada, quando uma mulher de 32 anos se jogou pela janela do escritório em Paris.
Está certo que ambientes de trabalho não costumam ser os melhores lugares do mundo para se viver, mas tampouco deveria ser o local escolhido para dar cabo a vida. E olha que na França a jornada de trabalho é de 35 horas semanais!
O presidente da Academia Alagoana de Letras (AAL), bispo Dom Fernando Iório, afirmou nesta quinta-feira (3) que o senador e ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL) foi eleito para a academia porque tem "enorme dom da síntese".
O dom da síntese é tão grande, mas tão grande que até o momento o novo imortal alagoano não chegou a publicar nenhum livro.
Toda essa discussão mirabolante sobre a divisão dos lucros da exploração do pré-sal me lembra um tempo em que não vivi. Um tempo quando o Brasil seria grande, quando cresceríamos muito e depois dividiríamos um tal bolo. Só faltou as musiquinhas!
"Este é um país que vai pra frente Rô Rô Rô Rô Rô De uma gente amiga e tão contente Rô Rô Rô Rô Rô Este é um país que vai pra frente De um povo unido, de grande valor É um país que canta, trabalha e se agiganta É o Brasil de nosso amor!"
Quando meu filho começou a sair do mundo seguro dos desenhos infantis para o dos filmes e desenhos de "crianças maiores", sua maior preocupação era identificar os "do bem" e os "do mal". Fazia isso sem nenhum preconceito em favor dos "do bem" ou contrário aos "do mal". Até porque, em sua opnião de criança, sempre foi melhor ser o Capitão Gancho do que Peter Pan nas suas brincadeiras.
O desejo dele era apenas no sentido de dar ordem ao mundo e mais particularmente à sua brincadeira. Na cabeça dele as tramas sempre contrapunham esses os dois grupamentos: os "do bem" e os "do mal"; e essa ordem assegurava a dinâmica da brincadeira, pois enquanto os "do bem" estavam sempre limitados em suas ações por aquilo que convencionamos a chamar de ética e moral; aos "do mal" tudo era permitido, até mesmo se passar de bonzinho para depois sair vitorioso.
Agora, imaginem só como foi difícil para ele entender como Anakin Skywalker, aquele garotinho todo gente boa e prestativo do filme Ameaça Fantasma, poderia ser a mesma pessoa, que perseguiu e matou seus próprios aprendizes e colegas em A Vingança dos Siths. Foi dureza!
Os anos de PT no poder, para muitos (inclusive a mim), significaram o mesmo que a transmutação do mestre Jedi em Lord Sith representou para o meu menino: o fim da ilusão romântica que na vida existem heróis e bandidos, com lados, papeis e diálogos bem definidos. Diferente do que os anos de ditadura nos iludiram a crer, a alternância democrática no poder nos mostrou que os "do bem" e os "do mal" na política (e por que não dizer na sociedade) não são grupos que se dividem por cores ou bandeiras. Ao contrário, o exercício do poder é mesmo um dinâmico jogo de empurra, onde mocinhos e bandidos se consubstanciam em um tipo só: os cínicos no poder e os cínicos na oposição.
No senado, ontem, o PSDB decidiu recuar, diminuindo o tom dos ataques ao senador José Sarney, numa tentativa de evitar a abertura de processo contra seu líder, Arthur Virgílio, por quebra de decoro parlamentar. Ontem até o colérico senador tucano Tasso Jereissati fez um discurso considerado pelo governo “excessivamente apaziguador”, desculpando-se pela troca de insultos com o líder do PMDB, Renan Calheiros.
Pois bem, meus amigos não se iludam, nada de procurar heróis de capa e espada por aí. E que a Força esteja com vocês.
Declaração do Presidente Lula ao ser questionado - pela enésima vez - se o Senador Sarney deveria se afastar da presidência do Senado: “Não é problema meu. Eu não votei para eleger Sarney presidente do Senado, nem votei no Sarney no Maranhão, nem votei no Temer, nem votei no Arthur Virgílio. Votei nos senadores de São Paulo. Quem tem que decidir se ele continua presidente do Senado é o Senado, não sou eu".
Se por um lado está certo o Presidente que, em nome da independência e harmonia dos Poderes da República, não deve se envolver nos assuntos de competência exclusiva do Senado Federal; por outro está errado em insinuar que foi o Maranhão que elegeu José Sarney para o Senado.
Mas que o Senador do Amapá deve estar preocupado com o pronunciamento do Presidente da República, isso lá deve ser verdade. Afinal de contas, para bom entendedor, temos,mais uma vez a repetição do melhor estilo presidencial de tirar o corpo fora quando o assunto é caso perdido.
Em tempo: José Sarney foi eleito Senador pelo Amapá, assim sendo nem o Presidente Lula - pernambucano com domicílio eleitoral em São Paulo - tampouco os eleitores maranhenses podem ser responsabilizados por sua eleição
O nosso governo diz que o aumento de 213% no preço pago pelo Brasil ao Paraguai pela cessão de energia de Itaipu não será repassado aos consumidores do país. Ora, é preciso desconhecer o básico em economia para achar que existe um preço que ninguém paga.
Se existe uma verdade em economia, ela é: não existe almoço grátis! Se o Paraguai vai receber mais de US$ 200 milhões a mais por ano, o dinheiro sairá de algum lugar. Se não for da tarifa, sairá do Tesouro. E o Tesouro somos todos nós contribuintes. Portanto, será pago pelos brasileiros.
A derrota para o alemão Paul Biedermann nos 200m livre foi um duro golpe no octamedalhista olímpico Michael Phelps. Logo após a prova, o americano ameaçou não nadar mais em competições internacionais até que os supermaiôs estejam proibidos.
Acontece que Phelps tem contrato com a Speedo e disputa o Mundial de Roma com o mesmo maio que o ajudou a ganhar oito medalhas de ouro em Pequim, que na época em que era top de linha. Biedermann nada com um maio mais recente, mais fino e mais avançado que o de Phelps. Se em Pequim Phelps nada reclamou de sua vantagem tecnológica, agora que a vantagem é "dos alemães", a brincadeira parece ter perdido a graça:
- Será divertido quando a natação voltar a ser natação, comentou o pobrezinho do Phelps.
Pois é, brinquedo novo é muito bom! Melhor ainda quando, na rua, a gente é o primeiro e único a ter. Não é mesmo?
O meu amigo Leo comentou no último post que: Da campanha de 89, eu tenho saudades do Marronzinho e do Pedreira - legitimo oriundo da raça negra.
E eu também tenho muitas saudades! Na época eu tinha pouco mais de 14 anos, mas não perdia nenhum programa do horário eleitoral. Lembro de mim e de meu pai caindo na gargalhada! Era muito melhor que o “Viva o Gordo”!
Além de Marronzinho (o candidato amordaçado) e Antônio Pedreira (legítimo oriundo da raça negra, do Partido do Povo Brasileiro); como não citar: Sílvio Santos; Enéas Carneiro (o nome é Eneeeeeas!), Afif Domingues (juntos chegaremos lá!); Ronaldo Caiado (em seu cavalo branco); Affonso Camargo (o pai do cale-transporte, que iria criar um montão de outros vales num verdadeiro Vale-Tudo! um visionário!!); Paulo Gontijo (ele vem aí... e só a aprecia a sombra do candidato – que marketing fantástico!). Eudes Mattar (o último da lista de votação!); Gabeira (e o mantra indígena: “Gabeira, presidente do Brasil!”).
Por fim até os ditos “candidatos sérios” possuíam uma forte veia lúdica. Como deixar de guardar para sempre as musiquinhas:
A de Ulisses Guimarães era “Bote fé no velhinho/O velhinho é demais/ Bote fé no velhinho/Ele sabe o que faz.” Em ritmo de frevo. A coisa mais difícil era imaginar o “velhinho" cantando a própria música.
A de Brizola também era marcante: Lá-lá-lá-láia Brizola/O voto no Brizola só pode nos trazer/ um mundo bem melhor pra se viver. E o slogan: Brizola faz escola! Daí o Garotinho no Rio de Janeiro que não nos deixa esquecer, não é mesmo?
Não meus amigos! Nunca mais teremos eleições como as de 1989!
"Política é como nuvem", frase mineira que alguns atribuem a Magalhães Pinto, outros, a Tancredo Neves, reflete bem determinados momentos da vida nacional.
Ontem, ao inaugurar obra no interior de Alagoas, nosso Presidente rendeu agradecimentos à dois velhos conhecidos: "Eu quero aqui fazer justiça ao comportamento do senador Collor e do senador Renan, que têm dado uma sustentação muito grande aos trabalhos do governo no Senado."
Que o mundo é um lugar bizarro, disso eu já sabia! Mas mesmo ciente dessa dura realidade, o mundo não para de me surpreender com a sua capacidade de elevar o nível da bizarrice.
Vocês já se detiveram nos detalhes... nem sei como adjetivar... dos eventos post-morten do "Rei do Pop"?Vejam só, a pouco, estava ocorrendo a cerimônia/show/funeral/homenagem num ginásio cujo nome - Staples - é o de uma papelaria estadunidense. Tudo bem, nos últimos tempos as empresas fazem estádios etc e colocam o seu nome, mas isso não deixa de ser bizarro.
Até ontem a notícia era de que talvez o corpo do MJ nem estivesse presente, mas hoje despacharam o ex-genro do Rei do Rock (que muitos alegam também não ter morrido - a realeza se nega mesmo a sair de cena) em um caixão que custou 25 mil dólares, feito de bronze, com a tampa folheada a ouro 14k e é todo forrado em veludo azul. Poxa vida, ouro 14k!?! Que absurdo! Causa-me espécie o fato do caixão ter apenas a tampa folheada a outro, cujos kilates são apenas 14, ou seja, um ourinho muito do vagabundo. Já que o MJ mantinha o Peter Pan empalhado em casa e se apresentava em festas de aniversário do príncipe do Bahrein, que ao menos o caixão fosse toda em ouro 24k. O fato só pode ser explicado por uma pão-duragem sem fundamento (coisa de herdeiro desgostoso com o espólio).
Bem mas isso não vem ao caso. A bizarrice mesmo é a transmissão em rede intergaláctica do evento, o sorteio de ingressos pra parada (ingressos!!!!!)... Pra não falar dos milhares de freaks que lá estão chorando copiosamente a morte do cara e dançando ao mesmo tempo, em uma versão “Tio Sam” da tradição de “beber o defunto”, comum na zona zona cacaueira de Ilhéus fielmente retratada na novela Renascer . Ontem mesmo vi na televisão um dos tais "freaks" sorteados com um par de ingressos. O maluco estava felizão, dizendo que ia levar a filha com ele e que aquele seria o seu presente de aniversário para a guria. Imaginem só, será que nos USA não tem uma Secretaria de Proteção à Criança e ao Adolescente?
É tudo muito doido. Isso tá parecendo o enterro do Mr. Burns.
PS.: Esse post contou com a colaboração de nobres colegas de consultório.
Depois de confessar que simplesmente não notou o acréscimo indevido de R$ 3.800,00 em seu contra-cheque à conta de auxílio-moradia e de ter esquecido de declarar como patrimônio uma mansão na Península dos Ministros em Brasília, no valor de R$ 4.000.000,00, chego a conclusão que o Senador Sarney deveria solicitar licença médica para cuidar da saúde. Tanta desatenção, em uma pessoa com a idade do senador, pode ser sintoma de uma mal grave.
Tem gente que se surpreende com as declarações de apoio do Presidente Lula ao Senador José Sarney, mas eu não. Se for para comparar, vejam só como o apoio ao senador é fichinha frente à recente declaração de nosso Presidente de que Muammar Kadafi é seu "amigo, irmão e líder" e que o resultado das eleições no Irã devem ser respeitados.
Agora o que me surpreende mesmo é o chapeuzinho! Isso sim é chocante!
Sobre a cobertura do falecimento de Michael Jackson, surge a dúvida sobre o valor dos correspondentes internacionais em tempos de globalização.
Vejam só, o Rei do Pop morreu em Los Angeles, mas os correspondentes das TVs brasileiras (pelos menos até o momento) estão falando direto de Nova York, Chigaco, Miami. O que isso tem a ver? Bem, imaginem se o Roberto Carlos morresse no Rio de Janeiro e os correspondentes da CNN, da BBC e da Al Jazeera estivem em Manaus, Brasília e Foz do Iguaçu? Grande cobertura, não seria mesmo?
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirmou que a decisão de não exigir mais diploma de jornalista para exercer a carreira vai motivar a desregulamentação de outras profissões.
“Certamente, na mesma linha, o Tribunal vai dizer que outras profissões que não precisam de aporte científico-técnico específico para serem exercidas também não devem ser regulamentadas. Vai ser um modelo de desregulamentação a partir dessa decisão”.
Daí, concordo com o Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do STF. Inclusive, tenho uma sugestão para a próxima profissão a seguir o modelo de resregulamentação: a de advogado. Afinal, esse negócio da obrigatoriedade do curso de direito, convenhamos não é garantia nenhuma de aporte científico-técnico. Se assim fosse, como explicar a quantidade de reprovados nas provas da OAB?
Ontem, feriado aqui em Brasília, resolvi ir à Feira dos Importados* e lá aconteceu esse diálogo que ilustra bem o intercâmbio cultural no local:
Cliente: Quanto custa esse “hiphone”? Vendedor chinês: Quatlocentos leais. Cliente: Caro, einh? Vendedor chinês: Calo não, balato. Balato! Cliente: O que ele tem? Vendedor chinês: Ploduto de qualidade. Tem televisaum, ládio FM, câmala de 7 megapixels. Cliente: Mas tá caro. Qual o melhor preço? Vendedor chinês: Faço tlezentos e cinqüenta no caltão de clédito. Cliente: Divide em quantas vezes. Vendedor chinês: Não divido. Cliente: E a garantia? Vendedor chinês: ...... (algo em mandarin ou cantonês).... um mês. Cliente: É pouco, einh. Vendedor chinês: Ploduto de qualidade, eu tloco se acontece ploblema. Cliente: Mas trezentos está caro. Vendedor chinês: Tlezentos não, tlezentos e cinqüenta. Tlezentos e cinqüenta ....(mais alguma coisa em mandarin ou cantonês). Cliente: Uai, você ta aumentando o preço? Vendedor chinês: Não, eu falei plimeiro tlezentos e cinqüenta. Tlezentos e cinqüenta! Cliente: Mas tá caro, einh? Vendedor chinês: Não, você não tem dinheilo. Você não tem dinheilo. Vá embola, você não tem dinheilo. Cliente: Então, tchau Xau-ling. Vendedor chinês: Meu nome não é Xau-ling... (muito mais coisas em mandarin ou cantonês)
*Para quem não conhece Brasília, a Feira dos Importados é também conhecida como Feira do Paraguai. E nem pense, “Pequeno Gafanhoto”, que lá você encontrará peças de bordado aho poí, ou de ñandutí, tampouco há para vender talhas de madeira, objetos de cerâmica ou outros artigos, nos que se destacam a criatividade e a destreza dos artesãos paraguaios. Não, na Feira do Paraguai você encontrará produtos made in China.
Nos últimos meses, pude constatar que além dos produtos, a Feira do Paraguai, também oferece ao visitante a oportunidade de entrar em contato com a cultura chinesa, graças á quantidade de chineses que passaram a trabalhar nas bancas.
Depois de um longo tempo longe dos meus queridos amigos, começam a pipocar as cobranças sobre a inatividade deste blog. Aos interessados, informo que "rapadura é doce, mas não é mole não!". Em outras palavras, estou trabalhando igual a jumento de carga nas construções das pirâmides.
Mas enquanto aquilo que enobrece o homem não me deixa viver em paz, ai vai uma perguntinha a todos: e se aparecesse no seu contra-cheque R$ 3.800,00 a mais, você notaria a diferença?
No último dia 09, o Presidente da Bolívia, Señor Morales, inaugurou uma nova forma de incentivar as reformas legislativas num ambiente democrático: a birra-revolucionária-bolivariana.
Dito assim pode parecer exagero, mas fazer greve de fome para conseguir que o Congresso aprove uma nova lei eleitoral que, entre outros "avanços", permite a sua própria reeleição me parece muito com as táticas de convencimento práticas por aqueles meninos mimados de 7 anos de idade que teimam em aceitar que o mundo não gira ao redor de seus umbigos.
Uma vez que hoje, o Congresso boliviano, tal como um pai condescendente, resolveu ceder aos argumentos do Señor Morales e aprovar a tal lei, o meu receio é que a moda pegue por essas bandas, muito embora um regiminho em alguns de nossos mandatários cairia bem.
Aconteceram algumas coisas estranhas na administração da Casa Verde. Por isso, nas próximas semanas, vou vestir meu casaco cinza, colocar meu chapéu de feltro e pedir emprestado ao Roberto Carlos aquele cachimbo de tempos atrás. Eu, meu colega Dr. Watson e Dixie Tapper investigaremos o caso.
PS.: Para os curiosos sobre caso, uma lida no art 145 pode ser uma boa dica.
Ontem, dia 26 de março, este diário completou 2 anos de vida. Neste curto espaço de tempo me mantive firme na convicção de que este espaço não tem nenhuma grande pretensão jornalística, acadêmica, analítica, espiritual ou qualquer coisa que tenha muito valor.
Para os próximos anos este blog continuará a ser espaço para o registro particular e pessoal de alguns pensamentos meus sobre a vida que levo e a que vejo os outros levarem - no melhor estilo voyer. Não será recordista de acessos, não respeitrá nenhuma periódicidade, não terá linha editorial, não terá obusdman, não terá SAL (Serviço de Atendimento ao Leitor), não fará telemarketing, não fará média (seja ela ponderada ou simples)... enfim, será um pouco como a vida deveria ser - imprevisível.
Aos amigos, poucos e fiéis, que não sei porque motivo me honram com a visita constante a este espaço, registro aqui o meu muito obrigado pela companhia.
PS.: O Blog do Noblat está completando 5 anos. Ele tem milhares de acessos diários. Entre seus leitores estão políticos e várias personalidades brasileiras que estão deixando depoimentos sobre os motivos pelos quais lêem aquele Blog. Então, se vocês - pessoas de quem eu sou fã - quiserem escrever por que cargas d'água insistem em vir ao Consultório eu irei plagiar o Noblat. :)
Vejam o quê significa, na prática, o princípio da diversidade na composição parlamentar no Sistema Político Brasileiro: o suplente do deputado Clodovil Hernandes (PR-SP), que morreu de um acidente vascular cerebral, será o coronel Jairo Paes de Lira (PTC-SP).
Atualmente na reserva da Polícia Militar, o novo deputado é contra o casamento de homossexuais, é contra o aborto, defende a pena de morte e acha que todo o cidadão de bem deve ter uma arma em casa para se defender. Acho que ele também é contra o rosa-choque na decoração de gabinetes parlamentares, mas isso ainda não está confirmado.
Ainda sobre o Senado é interessante notar como - nas palavras de meu amigo Saraiva - "o sistema pode ser bruto".
Li que a assessoria do presidente do Senado, José Sarney, teve que reformular três vezes seguidas a informação sobre o número de diretores que a Casa tem. Nas últimas contas o número subiu para 181 diretores, primeiro eram 131 e depois 136.
Uma vez que existem 81 senadores, o cálculo é de aproximadamente 2,25 diretores para cada Senador da República. Entre eles estão os diretores de Ata, de Pessoal Inativo, de Rádio em Ondas Curtas, da Coordenação de Visitação, de Apoio Aeroposrtuári. Daí concluímos: Eitá povinho pra dar trabalho!!!
Sai na Folha Online que o diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira. Ao que consta, o João teria utilizado apartamento funcional da Casa para acomodar parte da sua família, enquanto ele morava em uma residência no Lago Sul. Ele era cotado para assumir o lugar de Agaciel Maia, afastado da Diretoria-Geral do Senado após denúncia de não declarar a posse de uma mansão de R$ 5 milhões também no Lago Sul (a vizinhança deve estar adorando a propaganda).
Parece que ultimamente a imprensa tem investido forte na apuração da conduta dos funcionários do Senado. Primeiro as horas extras, agora os hábitos de moradia.. Será que o cafezinho na Sala de Imprensa piorou muito?
Quem me conhece sabe que sou do tipo que prefere ri da vida do que sofrer do fígado de raiva. Pois bem, ontem a noite, depois de um longo dia de trabalho, chego em casa é revejo na televisão a notícia vinculada pelo jornal Folha de S. Paulo, que o Senado pagou pelo menos R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 funcionários em janeiro, mês em que não houve sessões, reuniões e nenhuma atividade parlamentar.
Mas essa nem foi a parte mais "engraçada' da história. A graça mesmo foi ouvir do Willian Bonner que o presidente do sindicado dos servidores do Senado alegou que a provável justificativa para tantas horas-extras seria os preparativos para a eleição da nova presidência da Casa (algo que acontece periodicamente a cada dois anos). Não aguentei de tanto rir! Imaginem, meus queridos colegas, se cada um dos servidores beneficiados fizeram pelo menos 1 hora extra de trabalho (o que significaria dizer que cada hora extra custou aproximadamente R$ 1.500!!) isso representaria 3.883 horas de trabalho, além das 8 horas de expediente diários para preparar a eleição do Sarney para Presidente do Senado Federal!
Uau!!! Com tantas horas de preparativos a NASA conseguiria mandar o Sarney para Lua junto com uns outros dez senadores! Agora, digam-me se não é de chorar de rir uma desculpa dessas!
Depois de uma saída estratégica, reassumo meus compromissos. Aos leitores e amigos peço desculpas pelo afastamento, mas foi preciso reforçar a carga das baterias. As próximas semanas serão de muito trabalho. Então, vamos que vamos que o show não pode parar!
PS.: Vocês viram quem é o novo presidente da Comissão de Infra-estrutura do Senado? Pois é, elle também voltou! Eitá Brasilzão!
PS2.: Também quem voltou foi o Ronaldo -"O Fenômeno", mas eu continuo em melhor forma do que ele.
O Estado da Paraíba tem um novo governador. Trata-se de José Maranhão (que apesar do nome é paraibano), que tomou posse na última quarta-feira, depois que o agora ex-governador Cássio Cunha Lima teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral.
Primeiramente, um breve comentário sobre o timming da decisão do judiciário. Se os governantes afirmam que um mandato é pouco tempo para desenvolver todos os projetos prometidos durante período eleitoral, o que dizer de 22 meses! Pelo visto, inauguramos no Brasil a rapidinha governamental! E adivinha só que vai se f... mais uma vez?
Mas há outro ponto ainda mais pitoresco neste imbróglio. Segundo o site G1 da Globo, existem oito processos tramitando no Tribunal Superior Eleitoral contra o governador empossado José Maranhão. Dois deles relativos às eleições de 2006, a mesma em que foram cometidas as irregularidades que levaram à cassação de Cássio Cunha Lima. E se já não fosse pouco, ao que parece o suplente do José Maranhão no Senado, que assume agora o mandato de senador no lugar do governador, também anda com uns papagaios a resolver na justiça.Eitá Brazilsão!
Já pensaram se algum processo prospera e a Justiça cassa o mandado do José Maranhão também? Afff! Será que sobra alguém sem processo na justiça para governar a Paraíba? E olha que nos demais estados a coisa não é está muito melhor, não (vide o caso de Jackson Lago, esse sim maranhense). Mas como já é carnaval vamos deixar essas coisas prá lá, não é mesmo?
PS.: O título deste post é mais uma homenagem à sabedoria de meus antepassados.
Quanto se sai em um sábado à noite para uma balada com amigos de longa data é provável crer que a noite será longa, que se ouvirá novas versões de velhas histórias, que se embebedará com uma mistura de cerveja e uísque, que tentará convencer aquele mulherão da pista de dança que você é o cara e que – se der sorte – possa até rolar um algo a mais. Contudo é muito provável que em alguns meses você já nem se lembre para onde foi, nem o que ouviu, tampouco se bebeu e qual era mesmo o nome daquela mulher do bar.
É por isso que hoje eu comemoro a improbabilidade. Pois eu me lembro com detalhes de que há exatos nove anos eu sai em um sábado à noite para uma balada com amigos de longa data; ouvi novas versões de velhas histórias; tomei muitas cervejas e nenhum uísque; e sobre a mulher da pista de dança ... sim, eu lembro do nome e até do sobrenome, embora ele tenha mudado um ano e pouco depois.
Curioso para saber se rolou um algo a mais? Bem, posso afirmar que vem rolando um algo a mais desde então.
Em uma época onde todos potencialmente estão sob a vigilância do Big Brother, Michel Phelps, ganhador de oito ouros olímpicos nos Jogos de Pequim, foi flagrado usando maconha em uma festa na Universidade da Carolina do Sul. O que convenhamos não é um comportamento que deve ser encorajado, mas que também está longe de ser um pecado capital.
Phelps, que em junho próximo completará 25 anos, provavelmente fez o que Bill Clinton confessou – parcialmente – que fez (se alguém, além da falecida velhinha de Taubaté acredita naquela historia de fumar e não tragar, mil perdões) e que muitos de nós também fizemos. Dar “um tapinha” em uma festa de Universidade só pra ver “o de qualé”. Pois bem, em decorrência do maldito dedo-duro digital que vendeu as fotos da festinha para um tablóide inglês, Phelps foi suspenso por três meses de qualquer competição e perdeu um patrocínio da Kellogs. Além dele, li também que oito outros festeiros teriam sido presos pela polícia da Carolina do Sul.
Toda essa polêmica me fez pensar em alguns desportistas imortalizados em nossa memória que embora gênios do esporte estiveram longe de ter comportamento exemplar ou de desfrutar de ilibada reputação. Fico imaginando se Garrincha jogasse hoje. Minha Nossa, quantas fotos dele iriam aparecer na Internet! Será que ele poderia jogar na seleção brasileira com esse perfil? Será que a Adidas ou a Nike topariam patrociná-lo? E para não ficar apenas nele, cito George Best, considerado como um dos melhores jogadores de todos os tempos (sem dúvida o melhor britânico), mas que não conseguia se distanciar do uísque e das farras. Best, que morreu em decorrência do consumo abusivo de álcool foi também alvo dos tablóides. Após sua morte, foi homenageado de várias formas em seu país, a Irlanda, inclusive sendo a estampa da nota de 5 libras irlandesa, contudo eu duvido que hoje teria algum contrato de patrocínio de qualquer grande marca.
Pois é Phelps, não basta ganhar 8 medalhas de ouro em uma olimpíada, dar a volta ao mundo várias vezes nos treinamentos de uma vida de dedicação. Tem que ser também o genro ideal da mãe da miss!
Fico por aqui com uma celebre frase de Best:"Em 1969, eu desisti das mulheres e do álcool. Foram os 20 piores minutos da minha vida" – George Best
Na próxima quinta-feira, dia 05 de fevereiro, a Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Benedita da Silva, será a primeira autoridade brasileira a encontrar-se com o novo presidente dos EUA, Barack Obama.
A Secretária viaja nesta terça-feira para o evento em que serão discutidas políticas socais e raciais em um encontro entre os líderes negros e representantes do Congresso norte-americano. Ela está muito feliz com a possibilidade de parabenizar o novo presidente dos EUA "Deus me deu esta oportunidade, e estou indo muito feliz da vida” disse ela ao Globo.
Bem, pelo que me lembro, da última vez que Deus deu uma oportunidade destas à Benê, ela teve que devolver o dinheiro das passagens e das diárias ao erário público e deixar a Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social do Governo Federal. Na época eu e um amigo cunhamos a expressão “Agenda de Benedita” em alusão ao fato. A expressão cabe em toda a ocasião em que uma justificativa para a ausência do trabalho - principalmente quando às custas do próprio escritório - se mostra pouco convincente. Por exemplo:
- Por que o Saraiva não vem trabalhar na quinta e na sexta-feira? - Rapaz, ele participará de um evento com lideranças locais para prospecção de potencialidades de projetos futuros em Fortaleza e vai emendar com o final de semana! - Ah, esse Saraiva é cheio de Agendas de Benedita!!!!
Meu filho estava na casa da tia quando ela pediu para que ele subisse ao quarto do primo, que tem 18 anos, e o acordasse para ir à aula do curso de verão da UnB. Pouco tempo depois ele voltou do quarto para comunicar à tia que o primo havia decido não ir á aula e continuar dormindo, decisão esta aceita pela tia. Ao constatar que a tia nada iria fazer para remover o primo da idéia rebelde de gazetar a aula em favor do ócio, repreendeu o comportamento da tia:
-Olha tia, isso não pode. Você vai lá e diz - batendo o dorso da mão esquerda na palma da mão direita: "meu filho, eu sou sua mãe e você vai me obedecer. Levante agora porque você vai pra aula. E eu não vou falar duas vezes, ouviu?!?"
A tia, contendo o riso, olha para o menino de 7 anos e pergunta quem fala com ele assim. Ao que ele responde:
-Oras, minha mãe! Todas as vezes em que eu não quero tomar banho, almoçar, me arrumar para sair...
Moral da estória: Não se desespere, todo o esforço que fazemos para orientar nossos filhos, mesmo que pareça ineficiente e inútil, de alguma forma acaba entrando na cabecinha deles e nos fazendo de ridículos.
Advirto aos leitores que sou nascido e criado em Brasília e, portanto, tenho todo o direito de criticar a minha cidade sem que isso autorize aos não brasilienses (naturais ou naturalizados) a fazerem o mesmo. Feita a advertência, comemoro a opinião do Superintendente do Iphan em considerar o projeto da Praça da Soberania, de autoria de Oscar Niemeyer, ilegal, por ferir, na avaliação do órgão, um dos artigos do tombamento da cidade: o que proíbe edificação nos canteiros centrais do Eixo Monumental.
A maquete da Praça é sem dúvida a coisa mais feia em que eu já pus os olhos. Um obelisco de 100 metros de altura sem o menor cabimento. E mais, além de feia pra dedeu, a coisa iria provavelmente (e Deus queira que não seja construída) custar os olhos da cara!
Sinceramente, depois de sofrer o inferno nas salas de aula do minhocão da UnB, nos prédios da Espanada dos Ministérios e em outros monumentos muito belos, mas completamente disfuncionais de autoria do Oscar Niemeyer, me agrada muito a idéia de alguém mais começar a contestar a genialidade do arquiteto de Brasília.
Neste ano o mundo comemora o bicentenário de nascimento de Charles Robert Darwin, naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natural e sexual
Pois bem, depois de 150 anos da publicação da obra mais famosa de Darwin, A Origem das Espécies, cientistas ingleses, a partir de estudos realizados com famílias chinesas, chegaram à brilhante descoberta que mulheres casadas com homens ricos tem mais chances de alcançar o orgasmo durante suas relações sexuais. Para os conterrâneos de Charles, autores do estudo, o resultado da pesquisa parece consistente com a idéia de que o orgasmo feminino evoluiu a partir de uma função evolutiva fazendo com que as mulheres instintivamente selecionem seus parceiros de acordo com a sua percepção de qualidade.
Se assim for, dentro dessa teoria o quê explicaria a figura do "Ricardão"? Eu, cá pra mim, tenho uma idéia, mas expó-la poderia me causar uma enxurrada de processos por difamação promovida pelas consortes dos ricos.
Quando conheci a Itália, além da maravilhosa culinária e da estonteante concentração de monumentos artísticos e históricos por metro quadrado, outra coisa que me chamou a atenção foi o fato dos italianos gostarem de assistir filmes e seriados americanos dublados. Eu particularmente detesto filmes dublados e olha que a dublagem no Brasil está simplesmente séculos luz na frente da italiana em qualidade.
Pois bem, a preferência pela dublagem parece que vem da relutância da maioria dos italianos em falar outra língua que não seja a sua própria - e isto não significa necessariamente que todo italiano fale italiano, uma vez que persiste na Itália uma série de dialetos falados em diferentes regiões. Só para se ter uma idéia, tive uma dificuldade grande na época em trocar e-mail com as pessoas porque a maioria usava um tal de "otmail' como provedor, só com o tempo entendi que o tal "otmail" era na verdade hotmail. Deu para sentir o grau de anglicismo dos caras, né?
Esse assunto me veio a cabeça porque, hoje, nos jornais li que o ministro italiano da Economia, Giulio Tremonti, acredita que os bancos italianos se salvaram da crise dos créditos hipotecários de risco americanos, os "subprime", porque falam pouco inglês.
Se isso mesmo, a tradição da dublagem salvou os italianos e resta a nosotros, herdeiros malditos do american way of life, dizer: Ave Caesar, morituri te salutant!!
No quesito cultural o mês de janeiro no Brasil pode ser definido como o mês dos preparativos para o Carnaval. A TV começa a divulgar os sambas enredos, os grupos de Axé participam de 9 entre 10 programas de auditório, a cada 30 minutos podemos assistir entrevistas com personalidades midiáticas sobre os seus preparativos para os festejos de Momo. É uma verdadeira enxurrada de informações totalmente inúteis ocubando espaço e tempo.
Contudo nada, mas nada mesmo me faz perder tanto a paciência quanto a cobertura da rotina das "rainhas de bateria". É uma overdose! Não creio que exista em toda história da humanidade período que concentre uma quantidade maior de cabeças coroadas do que o Carnaval Brasileiro; são no mínimo umas 40 altezas, das quais você fica sabendo tudo a respeito da alimentação, rotina de exercícios, ensaios, provas de fantasias, aventuras sexuais, et, etc, etc. Ontem mesmo fiquei sabendo que a Luma de Oliveira está com dificuldades para ganhar tonus muscular na parte interna da coxa e que a Viviane Araújo comeu uma feijoada depois do ensaio do Salgueiro! Putz, não é fantástico?!?
Primeiro dia útil "pra valer" do ano e Brasília amanhece com aquela chuvinha que derruba o ânimo do mais empolgado dos madrugadores. Aí já viu, não teve jeito e acabei ficando na cama por mais um tempo e posterguei o início do ano acadêmico para amanhã. Se as coisas continuarem assim a crise vai pegar!
Como são tortuosos os caminhos da razão humana. Por experiência própria, acredito que viver é se deparar com o bizarro. Foi por acreditar nessa verdade que decidi, apartir de hoje, compartilhar meus pensamentos sobre as manifestações idiossincráticas da raça humana aqui no Consultório do Dr. Bacamarte.
Não me comprometo a uma regularidade, nem tampouco com uma linha editorial. Fatos públicos e privados (com o óbvio respeito a integridade dos indivíduos) poderão e farão parte dos temas tratados no Consultório. Se alguém se sentir agredido, ofendido, mal-tratado ou coisa que valha, apresente suas queixas ao Bispo e ao Barbeiro, e depois veremos.
